Fiscalização deve decidir pela retomada das obras na BR-040
Data: 05/03/2015
- Tribuna de Petrópolis, Quinta, 05 Março 2015 15:31
Ariane Nascimento - Depois de 15 dias da morte do operário por um deslizamento de pedras na obra de construção do túnel na subida da Serra de Petrópolis, a Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora – Rio (Concer), apresentou um relatório do que foi cumprido como parte das exigências do Ministério do Trabalho para que as obras retornassem. Amanhã, uma nova fiscalização será realizada para decidir se o trecho onde ocorreu o acidente será liberado para atividades.
Segundo Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro, do Ministério do Trabalho, durante todo o dia da última quarta-feira, dia 4, técnicos e representantes da Concer apresentaram um relatório à auditora fiscal Eliane Castilho, que acompanha o caso, sobre que o que foi feito para que a obra seja novamente autorizada. Depois disso foi remarcada para amanhã à tarde uma nova fiscalização para decidir de o trecho será desinterditado.
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil esteve nesta semana no trecho onde ocorreu o acidente e já encontrou algumas mudanças como parte das exigências para a desinterdição, o corredor de segurança para a passagem dos trabalhadores até o ponto onde ocorrem as escavação é a principal mudança.
Segundo José Maria Rabelo, presidente do sindicato, a reformulação dos refeitórios era mais um dos pedidos dos trabalhadores o que também é feito. “São dois refeitórios, um deles já está praticamente pronto e o outro ainda falta pintura e o chão. Mas estão fazendo. Vamos acompanhar a vistoria hoje com o Ministério do Trabalho”, disse.
A auditora-fiscal do MTE, Eliane Castilho, esteve com outros fiscais no trecho onde ocorreu o acidente e apurou uma série de irregularidades que incidem diretamente na segurança e proteção para os trabalhadores da obra. “Exigi laudos de um geólogo que especifique o tipo de rocha existente e da equipe de engenharia de túnel do consórcio que especifique os procedimentos utilizados para garantir a segurança dos trabalhadores que realizam explosões”, explicou a auditora da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho (SEGUR) da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE/RJ).
Entre os problemas apontados pelo laudo da auditora-fiscal estão, irregularidades nas vias de acesso ao túnel, como a falta de proteção para trânsito e a necessidade de revisão das mangueiras de ar comprimido e de água, que já foram motivo de interdição anterior. A auditora incluiu ainda no laudo de interdição a falta de proteção contra riscos de choque elétrico nos contêineres da área de vivência e o descumprimento das disposições legais e regulamentares sobre a segurança do trabalho. Segundo Elaine Castilho, “o consórcio deixou de garantir a proteção contra projeção de partículas em área de explosão, o que pode explicar o acidente que gerou a morte de um trabalhador no último dia 19”.