As indenizações – correspondentes a 13 imóveis que podem ser removidos com a nova entrada da pista de subida da serra, no Bingen – serão discutidas em um encontro segunda-feira, às 13h, entre o presidente da Concer, Pedro Jonsson, e moradores da Duarte da Silveira, na própria comunidade. Prazo para entrega dos imóveis, cálculos de valor das propriedades, indenizações e prazos de pagamento foram a pauta do encontro determinado em uma reunião ontem entre uma comissão de moradores e o presidente da concessionária. A reunião foi a pedido do deputado Bernardo Rossi (PMDB), presidente da Comissão Especial instituída pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que acompanha as obras da nova pista da BR-040 e seus impactos na vida urbana de Petrópolis.
“O objetivo é que a concessionária se comprometa com os moradores, defina prazos, proponha o valor das indenizações e que esteja envolvida e seja responsável neste processo. Não estamos falando puramente de 13 imóveis. Tratam-se de 13 famílias de petropolitanos, trabalhadores que moram há 30, 40 anos na região”, aponta Bernardo Rossi.
Na reunião na sede da Concer ontem, a Concessionária apontou que o número de imóveis que serão removidos na Duarte da Silveira, onde a pista da nova estrada desembocará em perímetro urbano, é definitivo: “são 13 imóveis. O projeto inicial, que previa a retirada de 45 propriedades, foi alterado e caímos para este número”, afirma Pedro Jonsson. A alteração do projeto foi realizada no eixo do desemboque da rodovia com a possibilidade de preservação de 32 imóveis.
O presidente da empresa que opera a Rio-Petrópolis-Juiz de Fora se comprometeu ainda com os moradores que deixarão de ser removidos, mas que não estiverem satisfeitos da proximidade de suas casas junto à estrutura da rodovia, propondo indenizações se as famílias optarem em deixar os imóveis.
“Ficou claro nas audiências públicas que falta envolvimento da Concer com a comunidade da Duarte da Silveira, por isso esses encontro e outros que devem se suceder. É esse mesmo envolvimento que a Comissão, na Alerj, cobra da empresa junto aos petropolitanos, os principais interessados com a nova pista e os mais lesados em alta tarifa de pedágio e uma estrada atual sem condições mínimas de conforto”, considera Bernardo Rossi.
Para Joseane Batista Dias Ribeiro, que participou do encontro, a reunião retomou as esperanças dos moradores em ter clareza no processo e voz ativa. “Sejam 13 ou 40 imóveis removidos, o tratamento precisa ser transparente com definições precisas de indenizações e prazos. Há dois meses recebemos representantes da empresa no bairro falando que em setembro precisaríamos deixar nossas casas, ao mesmo tempo em que equipes faziam medição dentro de nossos imóveis para calcular o valor das casas. Isso sem um documento oficial. Hoje, a reunião com um documento assinado pelo presidente da empresa apontando os 13 imóveis relacionados e o compromisso de estar conosco na segunda-feira colocando suas equipes para trabalhar e resolver a situação. Tivemos que contar com o deputado Bernardo Rossi e seu trabalho na Alerj para que a comunidade fosse reconhecida como parte integrante desse processo. Esperamos que este respeito seja mantido até o final e que as soluções práticas sejam tomadas”, afirma.
Os moradores expuseram a Pedro Jonsson questões relativas à segurança e movimentação de terra em área acima das casas, o trabalho noturno na obra e ainda a canalização de água de um córrego que está sofrendo alterações com a intervenção. A empresa também se comprometeu a discutir os assuntos na reunião de segunda-feira. A reunião contou ainda com a presença de Alcimar Pena, gerente de engenharia da Concer, e de Claudia Machado, gerente de Desenvolvimento Social da concessionária.
Para Bernardo Rossi, a redução do impacto no número de moradias e a abertura de um canal entre a empresa e os moradores é uma conquista. “Esperamos ainda mais, porém, foi necessário cobrar essa responsabilidade da empresa junto à comunidade e ela deve ser mantida. É um compromisso que não vamos abrir mão”, afirma.