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  Firjan: Nova Subida da Serra é prioridade para indústria

Data: 10/08/2016

 

Firjan: Nova Subida da Serra é prioridade para indústria

No Mapa Regional do Desenvolvimento, entidade afirma que conclusão da obra pode aumentar competitividade do setor

Rômulo Barroso - romulobarroso@diariodepetropolis.com.br


A representação regional da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apresentou ontem (9) a versão local do Mapa de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro para o período 2016-2025. Nele, a entidade aponta diversas propostas que podem melhorar a competitividade do setor nos próximos 10 anos. Entre os problemas diagnosticados nesse estudo está a falta de conclusão da Nova Subida da Serra.
O Mapa aponta ações em sete áreas que podem ajudar a desenvolver a indústria local e também aumentar a competitividade do estado. Em Petrópolis, a mobilidade urbana é apontada como um dos maiores problemas que atrasam o setor. E dentro desse ponto, a subida da Serra é um preocupação antiga – vem desde o Mapa anterior, feito em 2006.

– Aqui para a área da Região Serrana, nós temos um problema de mobilidade urbana, que é o principal. Nós temos que resolver o problema da BR-040, tanto a parte do Rio quanto a que vai adiante – disse a presidente da Representação da Firjan, Waltraud Keuper.

– A própria duplicação da subida da Serra estava como prioridade. Só que não é a Firjan que define, ela indica e nós dependemos das coisas andarem – continuou.

 

Questão complexa

O gerente de infraestrutura da Firjan, Riley Rodrigues Oliveira, destacou que a licitação foi feita em uma época que o governo federal não tinha expertise nessa área. Tanto que, anos depois, o TCU começou a contestar o contrato.

– Em 1995, o contrato previa o investimento de R$ 198,9 milhões para essa obra avaliada em R$ 1 bilhão. Mesmo trazendo a valor presente, o montante representa menos de 40% do valor da obra. Não havia condições da empresa concluir a obra com dinheiro próprio, previsto no contrato original de 1995, não dava para fazer – recordou ele.

Ainda assim, o contrato previu a possibilidade de aportes para a obra. Isso não foi feito e a prorrogação automática prevista como forma de reequilíbrio financeiro também não. Enquanto, a obra foi feita pela Concer “um pouco além do previsto em contrato, na esperança de que o governo cumprisse a sua parte”, de acordo com Oliveira.

Além da dívida que o governo acabou criando junto à concessionária, para piorar o panorama, na opinião do gerente de infraestrutura da Firjan, uma nova licitação pode fazer a obra (hoje com 50% ou 60% pronto, segundo informação de Oliveira) demorar mais de uma década para ser finalizada.

– Hoje, a obra demoraria mais dois anos para ficar pronta. Muita gente diz: “vamos cancelar o contrato e fazer uma nova licitação”. Talvez possa ser uma saída, mas o governo vai ter que fazer a recomposição do que a empresa investiu além do previsto. O governo deve à concessionária. Se você fizer hoje uma licitação, a concessionária tem que ser ressarcida pelo rompimento. Mas mesmo que não faça isso, deixe o contrato ir até 2021, não invista e a obra também não termine, uma nova empresa assumiria e precisaria de um fluxo de caixa para poder executar a obra da Serra – explicou. Para criar esse fluxo de caixa, é preciso quase 10 anos.

– Ou seja, uma obra que poderia ser feita em dois anos, em um procedimento de não cumprimento do contrato, de encerramento do contrato, no mínimo, teríamos que esperar de 10 a 15 anos para ser iniciada ou entregue aos usuários – acredita.

 

O Mapa

O Mapa do Desenvolvimento vem sendo construído desde o início do ano, com um questionário online respondido pelos empresários do setor. Em março, foi realizado o primeiro rascunho do documento apresentado ontem. Após ouvir 52 empresários da região, a versão final do Mapa será entregue em setembro para os candidatos a prefeito.

São 38 propostas em sete temas principais: criação, preservação e adequação de zonas industriais e empresariais; adequação da logística e da mobilidade urbana; disponibilidade e qualidade de energia; ordenamento habitacional; saneamento ambiental; prevenção contra eventos climáticos; e educação e qualificação de mão de obra.

Para a presidente da Firjan, a mobilidade urbana e a conexão de internet são os principais pontos a serem resolvidos para melhorar a indústria local e do estado.

– Precisamos melhorar a mobilidade urbana porque os colaboradores das empresas hoje gastam muito tempo para chegar ao trabalho e chegar em casa. Ele já chega cansado no trabalho e mais cansado ainda em casa – comentou Keuper.

– A parte de banda larga é fundamental. Nós precisamos resolver o problema de comunicação via internet. As empresas hoje fazem tudo utilizando a internet, e quando falha, ela não consegue sequer emitir uma nota fiscal – encerra.




 

 

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