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  Manifestação fecha BR-040 na Fazenda Inglesa

Data: 27/09/2014

Manifestação fecha BR-040 na Fazenda Inglesa

Tribuna de Petrópolis, Sexta, 26 Setembro 2014 19:46

 

 

Moradores da Fazenda Inglesa fecharam a BR-040 no sentido Rio, em uma manifestação ocorrida no fim da tarde de ontem, na altura do km 74 da via. Cerca de 50 manifestantes utilizaram pneus, galhos e troncos de árvore para bloquear todas as faixas da autoestrada. O protesto, que reivindicou melhorias na segurança no trânsito, para evitar novos acidentes em um dos trechos considerados mais perigosos da Rio-Juiz de Fora, teve início às 17h. A interdição total da via durou cerca de 40 minutos. Houve tumulto e muita confusão. Quatro viaturas do 26 Batalhão de Polícia Militar de Petrópolis foram mobilizadas e deram apoio à ação, negociando com moradores a liberação de uma das pistas, até a chegada da Polícia Rodoviária Federal cerca de uma hora depois. Segundo a Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer), o congestionamento no sentido Rio chegou a dois quilômetros.

A decisão da manifestação foi tomada após um acidente que aconteceu na semana passada, quando um homem de 53 anos morreu atropelado por um carro, ao tentar atravessar a via. Além disso, no último sábado, um outro acidente, no mesmo local, deixou um homem ferido, quando tentava cruzar a pista dirigindo um Fusca, e foi atingido por um Peugeot, que seguia no sentido Rio. Segundo moradores, acidentes como estes são muito comuns no trecho.

Oséas dos Santos mora há 33 anos na região, e conta que está acostumado a ver acidentes com morte no local. “Só não acontece pior porque Deus é muito bom. Já se tornou até rotina ter batidas aqui no cruzamento, muitas vezes com morte. Todo mundo aqui tem uma história de acidente pra contar. E todo mundo tem um parente que se acidentou nesse cruzamento”, contou.

Laécio Gonçalves, de 70 anos, nascido e criado no bairro, perdeu a filha há cerca de um ano, no mesmo local. “Minha filha estava saindo de casa pra trabalhar, indo pro ponto de ônibus, quando foi atropelada por uma caminhonete. Com o impacto, o carro jogou ela longe, e foi parar do outro lado da pista. Ela morreu na hora. Até hoje me dói de olhar pra esse cruzamento e ver crianças atravessando a rua sem qualquer segurança”, disse, emocionado.

O filho de Alcideia Molter, de 67 anos, moradora do Alto da Derrubada, acaba de se recuperar de um acidente que aconteceu há mais de dois anos. Ela conta que ele já passou por cinco cirurgias. “Meu filho, que mora aqui na Fazenda, e sofreu o acidente enquanto saia de casa pra trabalhar. Foi aqui perto. Ele tava de moto e foi atingido por uma carreta. Ficou esse tempo todo sem poder trabalhar, e só agora ele está melhor”, contou a moradora. 

Moradores ameaçam uma nova manifestação caso nenhuma medida emergencial seja tomada para diminuir o índice de acidentes no local. “Vamos fazer tudo de novo, se ninguém se mover pra preservar as nossas vidas aqui!”, contou Simone, que organizou o protesto. O trecho permaneceu em meia-pista até pelo menos às 20h.

 

 

Arthur Vieira
Redação Tribuna

 




 

 

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