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  Aloprados & trapalhões - Bernardo Filho

Data: 04/08/2019

 

Aloprados & trapalhões 

Bernardo Filho - Advogado e jornalista


Os vazamentos de conversas entre os integrantes da força tarefa do Ministério Público da Lava Jato com o ex-juiz Moro, bem como os de outras autoridades, divulgadas com estardalhaço por veículos da grande mídia, e que foram obtidas de forma ilícita, mostroram-se sem consistência. Muita fumaça e fogo invisível.

A iniciativa do ministro Sérgio Moro de ter telefonado para as autoridades hackeadas dando-lhes notícias das invasões e comunicar-lhes que pretende destruir as mensagens e conversas, levou ao desespero líderes da oposição. Mas a decisão sobre o destino do material deverá ser levada a efeito pela Justiça, por conta de ingressos de descontentes (PT e PSOL) com questionamentos sobre a vontade de Moro.

Mas o que realmente chama a atenção são as investigações da Polícia Federal sobre os “hackeamentos” (interessante neologismo) dos celulares.

Ficam patentes, após as primeiras prisões, duas constatações no mínimo curiosas: superestimou-se o poder de fogo de Greenwald (cabeça da trama espúria) e de sua gangue de asseclas criminosos. Quem neles acreditou deve estar envergonhado ou arrependido de constatar tanta burrice e da quantidade de ideias estapafúrdias e primárias.

A segunda constatação é a ex-candidata à VicePresidência da República na chapa de Haddad (PT), Manoela D’Ávila, ficou em uma situação constrangedora e bastante difícil por ter intermediado a entrega de produto de crime (escutas clandestinas e ilegais ), o que a implicou em cumplicidade.

A alegação do hacker, preso na operação Spoofing, em sua defesa: “de ser um denunciante de irregularidades que alerta a sociedade com divulgação de assuntos sigilosos”, não se sustenta e não tem qualquer credibilidade.

Tudo leva a crer que este movimento de vazamentos idealizado por Greenwald (que se defende alegando liberdade de imprensa... neste caso uma grande bobagem) e o portal Intercept Brasil conseguiram, em última análise, garantir uma blindagem especial e ainda maior à Lava Jato.

Outrossim, desmoralizar ainda mais uma imprensa que, a cada dia que passa, demonstra mais e mais o carimbo da infantilidade ideológica, com manchetes imaginárias e artigos vigaristas. É de se lamentar o esforço que esta forte mídia faz, em querer acreditar em um mentiroso contumaz, como ficou patenteado nas investigações levadas a efeito nos EUA.

Deste fato resta uma pergunta: saberemos um dia o nome dos mandantes que financiaram as escutas?

Talvez o mais importante resultado de todo este episódio, construído de forma medíocre por meio de trapalhadas e de maneira imbecilizada, é que o tiro saiu pela culatra e garantiu-se que Lula não sairá da cadeia tão cedo.




 

 

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