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  Preços da indústria crescem 19,40% em 2020, puxados por alimentos

Data: 29/01/2021

 

IPP

Preços da indústria crescem 19,40% em 2020, puxados por alimentos

Editoria: Estatísticas Econômicas  Carmen Nery

 

29/01/2021 09h00 Última Atualização: 29/01/2021 13h17

 


Em 2020, os preços da indústria subiram 19,40%, a maior alta desde 2014 e 3,6 vezes mais que a média anual de 5,36% entre 2014 e 2019. Em dezembro, a variação foi de 0,41% em relação a novembro, décima sétima variação positiva consecutiva, mas inferior ao índice de novembro (1,38%). No mês, 17 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 18 em novembro.

Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação, divulgado hoje (29) pelo IBGE. Os valores acumulados são os maiores de toda a série do IPP iniciada em janeiro de 2014.

“Há dois movimentos importantes em dezembro: por um lado, refino de petróleo teve variação positiva e foi a principal influência no indicador mensal; e por outro, alimentos tiveram impacto negativo devido a uma valorização do real em dezembro”, analisa Alexandre Brandão, gerente do IPP.

 

Preços ao produtor - Variação mês/mês anterior (%)

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Fonte: IBGE - Índice de Preços ao Produtor

Brandão explica que entres os principais fatores para a alta dos preços no ano, está a depreciação de 25,2% do Real, o que tem impacto nos setores exportadores. O principal impacto vem do setor de alimentos, que teve a maior influência entre todos os setores contribuindo com 7,11 p.p., em 19,40%.

“Ao longo do ano, houve alguns comportamentos importantes de alguns segmentos como a grande demanda chinesa por carne, o que aumentou o preço do produto no mercado internacional. Houve problema de oferta da soja, elevando os preços ao longo de 2020. Além da questão do arroz, com disparada dos preços em meados do ano, devido a escassez de oferta e aumento dos preços internacionais”, esclarece Brandão.

Em alimentos, que responde pela influência de 7,11 p.p., do índice anual de 19,40%, os quatro produtos que mais influenciaram o resultado foram resíduos e derivados de soja, carnes bovinas, óleo de soja e arroz. “São produtos que o país exporta bastante – em particular derivados de soja e carnes bovinas – além do arroz, que teve problema de oferta, além de aumento de preços no mercado internacional”, completa o gerente do IPP.

Os demais setores que ajudam a explicar a alta foram outros produtos químicos, metalurgia e indústria extrativa. Mas Brandão destaca que Refino de petróleo e produtos de álcool, que é o segundo setor de maior peso na indústria brasileira, depois de alimentos, foi o único setor que fechou 2020 com variação negativa. Isso pode ser explicado pelo comportamento do óleo bruto de petróleo no mercado internacional e à política energética brasileira.

 

 




 

 

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