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  IBGE / Pesquisa Mensal de Comércio: Vendas no varejo crescem 5,2% em Julho e comércio segue em recuperação

Data: 10/09/2020

 

Pesquisa Mensal de Comércio

Vendas no varejo crescem 5,2% em julho e comércio segue em recuperação

Editoria: Estatísticas Econômicas  Carmen Nery

 

10/09/2020 09h00 Última Atualização: 10/09/2020 09h07

 
Setor de móveis e eletrodomésticos está 16,9% acima do patamar de vendas de fevereiro - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

O volume de vendas do varejo cresceu 5,2% em julho, na comparação com o mês anterior, após a alta recorde de 13,3% em maio e de 8,5% em junho. Este é o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000, e a terceira alta seguida no ano, com algumas categorias apresentando resultados acima dos registrados no período pré-pandemia de Covid-19, como móveis e eletrodomésticos e hiper e supermercados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (10), pelo IBGE.

 
Período Varejo Varejo Ampliado
Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal
Julho / Junho* 5,2 5,7 7,2 8,4
Média móvel trimestral* 8,7 8,6 11,2 11,3
Julho 2020 / Julho 2019 5,5 8,8 1,6 4,9
Acumulado 2020 -1,8 1,4 -6,2 -3,1
Acumulado 12 meses 0,2 3,0 -1,9 0,7
*Série COM ajuste sazonal

O comércio varejista como um todo está 5,3% acima de fevereiro, quase a mesma variação de junho para julho (5,2%), ou seja, o crescimento de julho já representou um ganho. “Até junho, houve uma espécie de compensação do que ocorreu na pandemia, então em julho a recuperação já tem um excedente de crescimento”, avalia o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O resultado de 5,2% na passagem de junho para julho também posiciona o patamar do comércio varejista a níveis recordes, em outubro de 2014. “O ponto mais baixo em relação ao patamar recorde foi de -22,8% em abril de 2020. Em maio, a distância diminuiu para -12,5%, de volta ao patamar da crise de 2016 e, em junho, o varejo ficou a -5%. Agora em julho, estamos a -0,1%, praticamente no nível recorde da série”, analisa o gerente da pesquisa.

Ele destaca que no indicador mês contra mês anterior, a variação vem caindo porque a base tem sido muito baixa. Em abril houve queda recorde de 11,7%; em maio houve a maior alta de todos os tempos (13,3%), junho com 8,5% e agora julho, 5,2%.

“Como o indicador despencou de fevereiro até abril, a base ficou muito baixa e essa recuperação vem trazendo todos os indicadores para os níveis pré-pandemia. Alguns setores estão bem acima dos níveis de fevereiro, como móveis e eletrodomésticos (16,9% acima), hiper e supermercados (8,9%) e artigos farmacêuticos (7,3%), além dos materiais de construção (13,9%), no varejo ampliado”, afirma Santos, ressaltando que o ganho real em relação a fevereiro não atingiu todas as categorias, algumas registrando baixas, como tecidos, vestuário e calçados (-32,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-27,2%) e veículos (-19,7%), no varejo ampliado”.

 

Volume de vendas no comércio varejista (%)

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Variação mês / mês anterior com ajuste sazonal Brasil Variação mês / mês anterior com ajuste sazonal Rio de Janeiro Variação mês / mês anterior com ajuste sazonal São Pauloagosto 2019setembro 2019outubro 2019novembro 2019dezembro 2019janeiro 2020fevereiro 2020março 2020abril 2020maio 2020junho 2020julho 2020-30-20-1001020 fevereiro 20201,7 %

Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio

Apenas supermercados não têm alta nas vendas em julho

Em julho de 2020, apenas a atividade de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou alta, ficando estável em relação a junho (0.0%). Nos demais setores, predominam as taxas positivas, atingindo sete das oito atividades pesquisadas. Livros, jornais, revistas e papelaria teve a maior alta (26,1%), seguida por tecidos, vestuário e calçados (25,2%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,1%), combustíveis e lubrificantes (6,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,0%) e móveis e eletrodomésticos (4,5%).

Em relação a julho de 2019, o comércio varejista cresceu 5,5% em julho de 2020, segunda taxa positiva consecutiva e com equilíbrio entre taxas positivas e negativas: quatro atividades tiveram crescimento, em termos de volume, enquanto quatro registraram variação negativa. 

Entre as atividades com crescimento, na comparação anual, a maior alta é de móveis e eletrodomésticos (26,4%), seguida por artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,4%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,0%).

Por outro lado, tecidos, vestuário e calçados (-31,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-25,1%), combustíveis e lubrificantes (-10,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,5%) foram os setores que mostraram queda. Com isso, o varejo registrou recuo de 1,8% nos sete primeiros meses de 2020, contra variação de -3,1% de janeiro a junho. No acumulado dos últimos 12 meses, houve estabilidade no ritmo de vendas passando de 0,1% em junho para 0,2% em julho.

Varejo ampliado cresce 7,2% frente a junho e 1,6% na comparação anual

O comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresentou alta de 7,2% em relação a junho de 2020, na série com ajuste sazonal, após alta de 11,1% registrado no mês anterior. Para essa mesma comparação, o setor de veículos, motos, partes e peças cresceu 13,2%, enquanto material de construção avançou 6,7%, ambos, respectivamente, após variações de 27,9% e 14,5% registradas no mês anterior.

Frente a julho de 2019, o comércio varejista ampliado, avançou 1,6%, interrompendo sequência de quatro meses em queda. Para as atividades que compõem o varejo ampliado, houve queda no setor de veículos e motos, partes e peças (-16,2%) e crescimento para material de construção (22,7%). De janeiro a julho, o varejo ampliado recuou 6,2% ante -7,6% no indicador registrado até junho de 2020. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de -1,4% até junho para -1,9% até julho, apontou acentuação no ritmo de queda.

Varejo cresce em 21 das 27 unidades da federação

Na passagem de junho para julho de 2020, na série com ajuste sazonal, o aumento de 5,2% da média nacional de vendas do comércio varejista deu-se devido a predomínio de resultados positivos em 21 das 27 unidades da federação, com destaque para: Amapá (34,0%), Paraíba (19,6%) e Pernambuco (18,9%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram seis das 27 unidades da federação, com destaque para: Tocantins (-5,6%), seguido por Paraná e Mato Grosso (ambos com -1,6%).

No comércio varejista ampliado, a variação de 7,2% entre junho e julho de 2020 deu-se com predomínio de resultados positivos em 25 das 27 unidades da federação, com destaque para: Amapá (35,0%), Paraíba (21,0%) e Pernambuco (15,8%). Por outro lado, com variações negativas, figuram duas das 27 unidades da federação: Mato Grosso do Sul (-0,7%) e Piauí (-0,1%).

Principais atividades

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 9,9% frente a julho de 2019, registrou a sexta taxa positiva consecutiva e a maior desde março de 2020 nessa comparação. O segmento foi o que mais contribuiu positivamente na taxa global do varejo, com 4,7 p.p. do total de 5,5% do indicador interanual. O resultado do acumulado no ano, até julho (6,0%), comparado ao mês anterior (5,4%), mostrou ganho de ritmo. Com isso, a análise pelo indicador acumulado nos últimos doze meses, ao registrar 3,8% em julho, mostra acentuação na trajetória de crescimento, iniciada em fevereiro de 2020 (0,2%).

Móveis e eletrodomésticos, com 26,4% no volume de vendas em relação a julho de 2019, registrou o segundo mês de crescimento após três meses no campo negativo, na comparação interanual. O setor exerceu o segundo maior impacto positivo na formação da taxa total do comércio varejista de julho de 2020 (2,5 p.p). No acumulado do ano, ao passar de -1,4% até junho para 2,7% até julho, o setor interrompe três resultados negativos seguidos e mostra aumento no ritmo de vendas. Tal crescimento no ritmo também é observado no indicador acumulado nos últimos doze meses, que passa de 3,5% até junho para 5,1% em julho, décimo mês consecutivo de variações positivas.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou aumento de 13,4% nas vendas frente a julho de 2019, registrando a terceira variação positiva consecutiva, na comparação com igual mês do ano anterior. Com isso, em termos de resultado acumulado no ano, ao passar de 5,3% até junho para 6,5% no mês de referência, o setor também mostra ganho de ritmo. O mesmo se dá no indicador dos últimos doze meses, que passa de 6,4% até junho para 6,8% em julho.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., com o resultado de 9,0% no volume de vendas em relação a julho de 2019, mostrou ganho de ritmo em relação ao resultado de junho (4,0%), exercendo a quarta maior contribuição positiva ao resultado geral do varejo (1,1 p.p.). O resultado do acumulado no ano, até julho (-7,7%), comparado ao mês anterior (-10,6%), ainda que no campo negativo, mostra trajetória ascendente desde maio (-13,6%). O indicador acumulado nos últimos doze meses registrou -0,8%, próximo à estabilidade, quando comparado com junho (-0,9%).

Tecidos, vestuário e calçados com queda de 31,4% em relação a julho de 2019, registra a quarta taxa negativa na comparação com igual mês do ano anterior. Além disso, a atividade responde pelo maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo, sendo responsável por -2,8 p.p. do total do indicador. Apesar disso, o indicador acumulado no ano até o mês de referência, ao passar de -38,7% em junho para -37,6% em julho, apresentou redução no ritmo de queda. Nos últimos doze meses, o setor registra -19,7% em julho, mais intenso no campo negativo que no indicador com referência até junho de 2020 (-16,7%), atingindo o menor ponto da série histórica, iniciada em 2001.

Combustíveis e lubrificantes, com -10,8% no volume de vendas em relação a julho de 2019, exerceu a segunda maior contribuição negativa para o resultado total do varejo. O setor é um dos que mais tem sentido influência da atual pandemia de Covid-19, uma vez que a circulação reduzida de pessoas e veículos teve reflexo nas vendas de combustíveis. No acumulado do ano, o setor registrou -12,1% até julho, próximo ao valor apresentado até junho (-12,3%). No entanto, o indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses, mostra intensificação da perda de ritmo (-7,0%) em relação ao mês anterior (-5,7%).

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou queda de 5,5% em relação a julho de 2019, a menos intensa, no campo negativo, desde janeiro de 2020. Tal resultado refletiu-se também no acumulado no ano até o mês de referência, que passou de -22,9% até junho para -20,5% até julho. O indicador acumulado nos últimos doze meses (-10,9%) reduz ritmo de queda nas vendas em relação ao resultado de junho (-10,5%).

Livros, jornais, revistas e papelaria teve queda 25,1% frente a julho de 2019, menor variação, no campo negativo, desde o início da pandemia de Covid-19, chegando a registrar -70,3% em abril de 2020 comparado ao mesmo mês do ano anterior. O indicador acumulado no ano, -28,3% até julho, demonstra estabilidade com relação ao mês anterior (-28,8% até junho). O indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -20,4% para -20,9%, permanece no campo negativo desde fevereiro de 2014 (-0,2%).

Veículos, motos, partes e peças, ao registrar -16,2% em relação a julho de 2019, assinalou o quinto recuo consecutivo, exercendo, assim, a maior contribuição negativa no resultado do mês para o varejo ampliado. No entanto, a análise pelo indicador acumulado no ano até julho, -21,7%, mostra ligeiro ganho de ritmo comparado ao mês de junho -22,7%. Nos últimos doze meses, porém, houve intensificação na trajetória descendente ao registrar -9,6% até julho em relação ao acumulado até junho (-6,8%).

Material de Construção, com 22,7% em relação a julho de 2019, contabiliza a segunda taxa positiva consecutiva, nessa comparação (22,6% em junho de 2020 contra junho de 2019). O indicador acumulado no ano até julho mostra 1,9%, invertendo o sinal quando da comparação com o mês de junho (-2,0%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses ganha ritmo ao passar de 1,4% em junho para 2,8% em julho.




 

 

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