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  Crise gerada por pandemia já fez várias empresas fecharem as portas em Petrópolis

Data: 08/05/2020

 

Crise gerada por pandemia já fez várias empresas fecharem as portas em Petrópolis

Janaina Do Carmo - Tribuna de Petrópolis


Em meio a pandemia do Covid-19, se multiplicam as in informações sobre empresas fechando as portas na cidade. Só na última semana os proprietários dos bares Huricane e Planet Chopp e da academia Physical anunciaram o encerramento das atividades. Os anúncios foram feitos pelos empresários em suas redes sociais. As despedias emocionadas receberam mensagens de carinho dos clientes e amigos, além de terem sido compartilhadas centenas de vezes. 

“O maior problema é não ter ideia de quando tudo isso vai acabar. Não há a menor previsão de quando vamos poder reabrir. Toda essa incerteza e sem o mínimo de ajuda do governo fica impossível continuar funcionando”, disse o proprietário da academia Physical, Hélio Sadock, de 56 anos.

A academia existia há quase 40 anos e funcionava na Rua Teresa, no Centro. “Mais de 30 anos da minha vida passei dentro da Physical – 27 deles como proprietário. É minha história”, ressaltou o empresário e professor de Educação Física. A academia começou no Bauhaus e, duas décadas depois, se mudou para a Rua Teresa, onde tinha 600 alunos.

“Já são dois meses com a academia fechada e as contas chegando. O governo não ajuda o microempresário. Como manter o seu negócio sem entrar nenhum dinheiro? Se olhassem para o pequeno e o microempresário, a situação poderia ser diferente”, comentou Sadock. A academia empregava 10 funcionários, além de oito estagiários e professores de educação física, que atuavam como personal trainers. “No meio disso tudo, alguns setores vão sofrer mais que os outros. O nosso ramo é um deles”.

Academias de ginástica e similares tiveram as atividades suspensas em março, após a publicação de decretos municipais e estaduais determinando medidas de restrições e isolamento social para evitar o aumento dos casos do novo coronavírus. Bares e restaurantes também estão fechados, estando liberados apenas para o funcionamento como delivery (entregando o produto na casa do cliente).

Para o infectologista Paulo César Guimarães, ambientes onde há aglomerações – como academias de ginástica, bares, restaurantes, locais que realizam eventos, cinemas, entre outros - deverão ser os últimos a ter permissão para funcionar. “Tudo nesse vírus é novo e se sabe muito pouco sobre a sua estrutura. Então não há como afirmar, categoricamente, quando certas atividades poderão reabrir”, disse o especialista.

Paulo César ressalta que o novo coronavírus se espalha muito rápido e por isso as medidas de isolamento social e restrições de atividades são importantes. “Enquanto não existir uma vacina, não há uma solução a curto prazo. Imagina várias pessoas dentro de uma academia, que é um ambiente fechado, se exercitando, falando... É um grande risco”, alertou. “A situação só será controlada com a vacina, como aconteceu com o sarampo e a meningite”, frisou.

Casa D´Angelo e Petiscaria Imperial, também citadas nas redes sociais como empresas que estariam encerrando suas atividades, negaram a informação. Apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia do Covid-19, os representantes de ambas disseram que manterão o trabalho.

“Estamos abertos, esperando tudo isso acabar e poder receber os nossos clientes e amigos novamente. Na próxima semana vamos iniciar o serviço de delivery para nos aproximarmos mais”, disse o proprietário da Casa D´Angelo, Hélio Dias. “No nosso ramo fica difícil nos reinventarmos como todos andam falando. Somos um comércio que estimula e vive da interação das pessoas, que marcavam encontros para tomarem um chopinho. Nossa casa é muito grande e os custos são altos, mas não vamos fraquejar. Enquanto pudermos, vamos manter nossas tradições vivas e a disposição dos amigos e amigas”.

A Petiscaria Imperial também informou à Tribuna que continua em funcionamento, mas, no momento, apenas atendendo de forma delivery.


Indústrias de Petrópolis e Teresópolis atingem pior nível de produção desde 2010 Sexta Feira, 08 de Maio de 2020 


As indústrias de Petrópolis e Teresópolis, que compõem a regional Serrana da Firjan, registraram queda na atividade produtiva do 1º trimestre do ano com 28,1 pontos. Este é o pior resultado registrado desde o início da série em 2010 e é 17,5 pontos menor do que o valor apurado no 4º trimestre de 2019. Com isso, a demanda por produtos foi atendida por estoques (45,3). Os dados estão na pesquisa da Sondagem Industrial divulgada pela federação nesta sexta-feira (8).

O cenário é reflexo do avanço da pandemia de coronavírus e a redução das atividades nas indústrias. Cancelamento de pedidos, queda de faturamento e paralisação da produção são os principais impactos que a crise da Covid-19 provocou nas empresas, — quadro semelhante em quase todas as regiões fluminenses.

A capacidade instalada das indústrias das duas cidades reduziu de 67% para 52,2%, e também atingiu a pior marca da série histórica. Vale lembrar que os resultados apurados pela Sondagem Industrial no 4º trimestre de 2019 apontavam para a retomada do crescimento e a possibilidade de novas contratações e investimentos.

“A indústria do estado do Rio apresentava lento crescimento, mas saía de uma recessão que por anos atrapalhou o desenvolvimento da economia fluminense. Contudo, a paralisação forçada é um balde de água fria para a indústria, que só deverá retomar o mesmo ritmo no médio prazo”, explica a analista de Estudos Econômicos da Firjan, Carolina Neder.

Diante das dificuldades, os empresários da região se viram em questão delicada quanto à situação financeira de suas empresas (40,8), o que levou ao mesmo nível de 2018, com margem de lucro baixa (40,0) e dificuldade de acesso ao crédito (30,4) ainda maior. Quanto ao futuro, os resultados dos últimos meses deixam os industriais com dúvidas sobre o que poderá ocorrer ao longo de 2020.

A pesquisa mostra que quase todos os indicadores chegaram ao seu menor patamar. A demanda por produtos industriais registrou 25,0 pontos, reduzindo a expectativa da compra de matéria-prima (28,3) e contratação de empregados (32,5). A possibilidade de novos investimentos (26,7) também teve redução de 32,2 pontos frente ao registrado pela pesquisa no último período de 2019. Neste caso, todos os resultados da região Serrana são abaixo da média registrada no Estado do Rio e no Brasil. Somente a expectativa por exportações (41,7) não segue a mesma linha.




 

 

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