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  PHILIPPE GUÉDON COMPLETA 84 ANOS

Data: 23/07/2016

 

PHILIPPE GUÉDON COMPLETA 84 ANOS

Tribuna de Petrópolis, 23/07/2016

 

Por: Aline Rickly

 

Um dos maiores defensores da participação na vida pública e política comemora hoje 84 anos. Philippe Guedon é francês, mas vive em Petrópolis há 42 anos. Casado com Lúcia Arantes Guedon há 58, tem 7 filhos, 12 netos e três bisnetos. Guedon é um dos responsáveis pelo desenvolvimento de Itaipava. Também foi o primeiro a criar uma Associação de Moradores no 3º distrito e deu vida ao Shopping Itaipava, que foi construído, inicialmente, para abrigar a sua loja de material de construção. Além disso, foi vereador, secretário de governo e fundou, em 1996, o Partido Humanista da Solidariedade. Atualmente, está no comando da Frente Pró-Petrópolis (FPP), entidade que busca atuar em problemas que afetam diretamente o município. Coordena ainda o Instituto Philippe Guedon de Gestão Participativa. 

O francês se mudou para a cidade em 1974. Antes disso, já passava os fins de semana em Itaipava. Ele relembrou que, como a família era grande, só cabia em uma Kombi, mas que vinham sempre com muita alegria. Quando decidiu mudar de vez para a Cidade Imperial, percebeu que não tinha como viver em Itaipava porque na época o distrito ainda não era desenvolvido como é hoje. Foi então que decidiu pelo Valparaíso. 

Apesar disso, a Gabinal, loja de material de construção, que montou logo que chegou em Petrópolis, em 1975, funcionou em Itaipava. Por sua ligação com o bairro, acabou criando a Associação de Moradores e Amigos de Itaipava (Amai). Segundo ele, foi uma revolução política para a época, mas que não foi para frente já por causa dos partidos. Naquela época também criou o Parque Tecnológico de Petrópolis, em 1987. “Tínhamos muita ajuda de instituições federais e estaduais, mas não vingou naquele momento, só depois”, lembrou. 

Já em 1988, ele concorreu às eleições municipais e foi eleito vereador para o período de 1989 a 1992. Também foi secretário do governo Gratacós. “Assim me inseri na atividade política e partidária”, disse. O PHS, criado quatro anos depois do fim do mandato como vereador, foi a terceira tentativa de criação de um partido com ideais humanistas. Guedon foi presidente do grupo de 1995 a 1999. Depois, com o passar do tempo, disse que perdeu o controle do partido e, em 2011, desfiliou-se do PHS. “Cresceu muito e mudou bastante, tornou-se um instrumento deficiente da política”, afirmou. 

Fazendo uma retrospectiva dos últimos anos, a única coisa em que lamenta é ainda não ter conseguido regulamentar a criação do Instituto Koeler de Planejamento. O projeto tem como objetivo estabelecer o planejamento da cidade a longo prazo, mas até hoje não saiu do papel. “Trabalhamos durante anos e não conseguimos emplacar até hoje. Planejamento com participação é fundamental para todas as cidades. Na realidade, o que percebemos é que não há interesse em planejamento participativo”, ressaltou. Para Guedon, um dia o poder público ainda vai entender a importância do Instituto Koeler para o desenvolvimento do município. “Acredito que um dia será criado, mas não sei se estarei aqui para ver”, comentou. 

A respeito do cenário político nacional, disse que acredita que o país está começando a se recuperar. “As coisas iam de mal a pior e não podiam continuar”. Porém, destacou que se assusta quando falam em reforma partidária eleitoral e política. “Estão trazendo ideias jurássicas e antigas”. Ele reforça ainda que o Brasil está em fase de combate à corrupção, que beneficiou os grandes partidos, mas que os governantes estudam acabar com os pequenos, o que para ele não faz sentido. “Ora, foram os grandes que fizeram estripulias e coisas criminosas, se envolvendo em grandes escândalos: petrolão, mensalão, lava-jato. Sem contar as refinarias, estradas de ferros, usinas hidrelétricas. Tudo que é público hoje está mergulhado na corrupção. O que precisa ser feito é acabar com o monopólio partidário”, defendeu.

Política à parte, para ele, hoje o dia é de festa, mesa de doces e família reunida. “É muito bom chegar aos 84 anos com uma vida quase normal. O resto são poucas limitações”, disse. A mulher, Lúcia Arantes Guedon, não economizou elogios para falar dele: “Sempre o achei formidável, disponível, interessado nas questões da comunidade. Excelente pai e marido. Eu tive sorte!”, finalizou.

 




 

 

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