Petrópolis, 29 de Março de 2024.
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  Mais casos de picadas de cobras e aranhas

Data: 11/03/2012

A Vigilância Sanitária já recolheu 3 serpentes e 2 aranhas e encaminhou ao Instituto Vital Brasil

 

 

 

Com os dias quentes, o aparecimento de animais peçonhentos como cobras e aranhas duplica em relação aos outros meses do ano, e a preocupação dos postos de vigilância do Centro de Epidemiologia e da Vigilância Sanitária é quanto à orientação da população sobre como evitar os acidentes característicos dessa época, a picada desses animais. Só nesse começo do ano, 10 pessoas deram entrada no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (pronto-socorro), número considerado alto, já que em todo o ano de 2011 o hospital registrou 24 casos. A Vigilância Sanitária já recolheu 3 serpentes e 2 aranhas nesse mês e encaminhou ao Instituto Vital Brasil, em Niterói, onde é feito o soro antiofídico de combate ao veneno. A população precisa ficar atenta, principalmente com relação à proliferação de ratos na cidade, o que, segundo Eduardo de Lucena Gonçalves, coordenador da Vigilância Sanitária, é uma das principais causas do aumento do número de cobras nos grande centros.
Nós temos dois fatores importantes que ajudam a atrair as cobras para próximo à população, o calor excessivo, quando as serpentes costumam sair com mais frequência das suas tocas à procura de água e animais para se alimentar, e a grande proliferação de ratos, animais dos quais elas se alimentam. Então é essencial que a população se conscientize de cuidar melhor do seu lixo para não atrair roedores para perto de suas casas”, explicou o coordenador da Vigilância Sanitária.
Tentando minimizar os danos provocados pelos acidentes, a coordenadora da epidemiologia do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, Elisabeth Cavalcante Wildberger, enfatizou que assim que uma pessoa for picada por qualquer animal peçonhento seja encaminhada imediatamente ao HMNSE. “Se possível a pessoa deve tentar capturar o animal ou identificar a espécie. Isso ajuda na hora da pessoa receber o tratamento com o nível de soro adequado ao tipo de animal. Mas nós sabemos que muitas vezes isso não é possível, então deve-se relatar ao médico do pronto socorro pelo menos como era o peçonhento”, informou.

 

O que fazer se for picado

O Hospital Municipal Nelson de Sá Earp é o centro de referência para tratar os casos de acidentes com peçonhentos, entre eles cobras e aranhas. Mas a coordenadora da epidemiologia do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, Elisabeth Cavalcante Wildberger, esclarece que não se deve fazer um torniquete e muito menos tentar tirar o veneno da área atingida. “Tem gente que acha que amarrando o local com torniquete ou espremendo o local o veneno irá sair, mas isso é coisa de cinema. O que deve ser feito é lavar o local com água e sabão e encaminhar a pessoa imediatamente ao pronto-socorro. É essencial que o paciente venha em repouso ou sem se mexer muito, para que o veneno não se espalhe na corrente sanguínea”, esclareceu a coordenadora.
Animais que forem picados por cobras e aranhas também devem ser encaminhados para clínicas veterinárias para receber o soro. Segundo Eduardo de Lucena Gonçalves, coordenador da Vigilância Sanitária, tanto animais quanto pessoas não morrem instantaneamente após serem picados. “O importante é encaminhar a vítima imediatamente para que seja aplicado o soro antiofídico. Ninguém morre instantaneamente porque foi picado por cobra ou aranha. Há casos de pessoas que procuram o hospital no dia seguinte, mas isso não é indicado, já que quanto mais tempo se passar, mais complicado fica o quadro clínico desse paciente”.
Elisabeth Cavalcante Wildberger informou que os principais sintomas na pessoa que sofre esse tipo de acidente são a vermelhidão no local seguida de inchaço. “O local fica com a picada bem evidente e vermelho. O inchaço acontece logo depois, mas é muito importante que a pessoa nos procure assim que aconteceu o acidente, pois com o passar do tempo o inchaço só piora, a área começa a ficar necrosada e aí há risco de amputação e até de morte, já que o veneno pode atingir o sistema neurológico e cardiovascular, por exemplo”, alertou.

 

Como combater a proliferação de ratos

A Vigilância Sanitária possui o centro de combate a roedores. Para solicitar o serviço, a pessoa deve ligar para a vigilância e relatar o que está acontecendo no local. É feito um cadastro e uma equipe de combate é enviada e os roedores são exterminados com raticida. O coordenador da Vigilância Sanitária alertou que é preciso trabalhar com a prevenção, principalmente com relação aos cuidados com o lixo. “O número de casos é enorme e por muitas vezes os próprios moradores conseguem minimizar ou acabar com os ratos. A primeira orientação é manter os quintais limpos e as lixeiras sempre tampadas. O ideal era colocar o lixo para fora de casa só em dia de coleta. É importante não usar chumbinho, que além de proibido é perigoso”, alertou.
Além de atrair cobras para as residências, os roedores são causadores de doenças como a leptospirose, peste bubônica, salmonelose e tétano, entre outras. “É no período das chuvas que ficamos mais preocupados com as doenças transmitidas pelos ratos, já que muitas vezes as pessoas entram em contato com lama e a água contaminada. Mas o rato é o alimento das cobras e muitas vezes elas são encontradas nas cidades justamente por isso”, explicou Eduardo.

 

Como prevenir acidentes com cobras e aranhas

Em Petrópolis, a jararaca é a cobra mais encontrada, e no Brasil é a responsável por 90% dos casos de acidentes com peçonhentos, mas além dela é possível encontrar a coral e a surucucu. Eduardo de Lucena explicou que antes de tentar matar um desses animais, a pessoa deve tentar aprisioná-lo, ou se ela estiver dentro de casa, acionar o Corpo de Bombeiros. 
É preciso usar botas de borracha e luvas de couro sempre que for trabalhar em meio à mata ou vegetações. Tanto cobras quanto aranhas - que no caso de Petrópolis - as mais características são a marrom e a armadeira - costumam ficar em lugares com entulhos, madeiras e canteiros. “Para quem gosta de fazer trilhas e ir a cachoeiras, é bom pesquisar se há  incidência de casos de ataques desses animais. Em todos os casos, se acontecer qualquer acidente a pessoa deve ir até o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp para receber o soro”, finalizou.

SUELLEN DE OLIVEIRA
Redação Tribuna



 

 

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