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  Saúde da Casa Santa Mônica do SUS preocupa

Data: 10/03/2012

   Preocupada com a possibilidade de descredenciamento da Casa de Saúde Santa Mônica junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), uma comissão de integrantes do Conselho Municipal de Saúde vem se mobilizando para cobrar soluções por parte da Fundação Municipal de Saúde e evitar que 200 pacientes psiquiátricos que hoje são tratados na clínica sejam transferidos para fora da cidade. Na última quinta-feira, os conselheiros se reuniram com a direção da clínica para obter informações sobre a atual situação da entidade e dos pacientes que lá fazem tratamento. Ontem, o assunto foi levado à presidência do conselho e na semana que vem o grupo de conselheiros deverá se reunir com representantes da Fundação Municipal de Saúde. A comissão frisa que se o assunto não for definido até o dia 20, dia da reunião do ConSaúde, o assunto terá prioridades nas discussões do conselho. 

“Teremos que paralisar todos os demais assuntos em andamento no Conselho para discutir esta questão do descredenciamento do Santa Mônica, pois esta situação é urgente. O destino destes pacientes nos preocupa muito. Pelo que nos foi passado pela direção do hospital, a maioria deles tem problemas psiquiátricos crônicos e depende de internação porque não tem condições de fazer o tratamento em casa. Vamos apoiar a direção do hospital e cobrar uma solução imediata”, disse o conselheiro Thiago Pires, lembrando que pelo menos 10 membros do conselho estão mobilizados pela causa.
Referência no estado em psiquiatria, a Casa de Saúde Santa Mônica solicitou descredenciamento do SUS há duas semanas. A direção da clínica lembrou que o pedido de descredenciamento foi feito quase 10 meses após o início dos pedidos de aumento no repasse do valor das diárias de pacientes. O Santa Mônica atende paciente com problemas psiquiátricos, entre os quais portadores de esquizofrenia, retardo mental e transtorno mental orgânico. Atualmente, a clínica recebe uma diária de R$ 43, por paciente, valor insuficiente, segundo a direção, para custear despesas com alimentação, medicamentos, atendimento médico e de equipe multidisciplinar e toda a estrutura para o tratamento durante o período de permanência do paciente. 
A Clínica Santa Mônica tem cerca de 100 funcionários,. Parte do pessoal já foi dispensado. Na semana passada, uma reunião foi realizada com os funcionários para comunicar o pedido de descredenciamento junto ao SUS. “Não há como manter o SUS com a atual tabela. Descontando os impostos, o valor da diária cai quase pela metade. Desde janeiro, já tivemos que reduzir em 10% nosso pessoal, estamos ficando com uma estrutura insuficiente”, explicou o diretor. 
A Secretaria Municipal de Saúde reafirmou ontem que o Hospital Santa Mônica não encontra-se descredenciado e que a unidade recebe pacientes de diferentes municípios regulados pela Secretaria Estadual de Saúde. Representantes das secretarias Municipal e Estadual de Saúde estão buscando em conjunto uma solução para a questão, em conformidade com a Política Nacional de Saúde Mental.

JANQUELINE RIBEIRO
Redação Tribuna



 

 

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