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  Famílias criticam condições do Aluguel Social

Data: 22/01/2009

Sete famílias, ou seja, quase 50 pessoas, há dois anos vivem em condições precárias em seis casas alugadas através da Setrac – Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania, dentro do programa Aluguel Social, da Prefeitura. Os imóveis, localizados na Rua Alagoas, lote 53, no Quitandinha, estão rachados e as famílias temem pelo risco latente de desabamentos. Com os temporais dos últimos dias e que já causaram a morte de duas pessoas numa rua vizinha, a preocupação aumenta.

 

De acordo com a dona de casa Flávia de Araújo Teixeira, de 26 anos, desde que se mudou para o local, com o marido, o impermeabilizador Reginaldo Soares da Silva, de 26 anos, e os quatro filhos, estes com idade entre 2 e 9 anos, ela solicita vistorias tanto da Defesa Civil quanto da Setrac mas, até hoje, não foram atendidos. “Perdi as contas do número de vezes que liguei para a Defesa Civil, num dos contatos me disseram que tinham outras prioridades”, conta. As famílias, entre elas a de Isaura Araújo Mota, 43, mãe de Flávia, foram levadas para o local depois que uma barreira atingiu a residência da moça e colocou outras cinco em risco. Na ocasião, seu imóvel, que ficava na Rua Honduras, também no Quitandinha, teve de ser demolido. “Nossa única opção é permanecer aqui, pois não tenho condições de arcar com outra despesa”, dia Reginaldo Soares.

 

Flávia conta que os imóveis foram arranjados na correria pela própria Setrac e, todos são de propriedade de uma mesma pessoa, a qual teria negociado diretamente com a secretaria. “Já havia anoitecido quando fecharam o contrato e, só fomos conhecer as casas quando nos trouxeram para cá. Sabemos que, nestes casos, quem escolhe as casas são os desabrigados, mas não tivemos essa oportunidade e também não tivemos essa oportunidade e também não tivemos chance de reclamar”, conta, salientando que aquela foi a última vez que representantes do órgão estiveram no local.

 

Apesar das condições da casa, Flavia acreditava que, pelo menos, estava segura com os filhos mas, poucos dias depois de se mudar para o novo endereço, a parede do banheiro do imóvel, que ainda é de pau a pique, caiu sobre ela e a filha. Por sorte, as duas conseguiram sair ilesas do desabamento. Na época, a primeira providência foi a de entrar em contato com a Defesa Civil. “Desde então, faço os pedidos de vistoria mas, todos foram em vão”, consta, salientando que a parede teve que ser reconstruída em tijolos, pelo próprio proprietário.

 

Na opinião de Flávia, os responsáveis pelo aluguel social, na época, sequer se deram ao trabalho de olhar os imóveis antes de assinar o contrato e, por conta dessa situação, hoje, todos são obrigados a conviver com ratos e outros tipos de insetos. Ela reconhece, no entanto, que ainda não procurou os órgãos responsáveis, depois da mudança de governo e afirma que está esperançosa.

 

Atualmente, a Prefeitura paga aluguel social para 416 famílias e, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a princípio, o sistema de aluguel social será mantido, paralelo com os projetos de construção de casas populares. Entretanto, uma força tarefa está sendo montada entre os órgãos municipais, como Defesa Civil, Setrac e Secretaria de Habilitação, para fazer uma vistoria em todos os imóveis que integram o aluguel social. O objetivo é avaliar as condições das casas e das famílias.

 

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis – 21 de janeiro de 2009.

Autora: Carla Cavalcante




 

 

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