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  Lei que obriga desligar pardais causa polêmica

Data: 01/12/2008

O desligamento dos pardais entre as 22h e às 6h no Estado do Rio de Janeiro pode interromper a tendência de redução do número de acidentes de trânsito em Petrópolis. Para o presidente da CPTrans, Eduardo Ascoli, a lei aprovada pela Assembléia Legislativa (Alerj), determinando o desligamento do controle eletrônico de velocidade à noite, tem mais sentido nos municípios onde há o controle do avanço de sinal, o que não é o caso petropolitano. Por aqui, os 18 radares somente multam os excessos de velocidade.

 

A alegação do autor da lei, deputado Jorge Babu, foi a de que os motoristas que são obrigados a reduzir a velocidade para até R$ 40 km/h ficam vulneráveis ao ataque de assaltantes, principalmente nas regiões mais desertas da capital.

 

"Eu desconheço casos de assaltos em Petrópolis por causa dos radares. Não lembro de ter lido no noticiário policial nada a respeito", afirmou Eduardo Ascoli.

 

Segundo dados da Polícia Militar, o número de acidentes na cidade reduziu em 68,64% entre janeiro e setembro de 2007 e o mesmo período de 2008, pois o número de ocorrências diminuiu de 204 para 76 casos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, que somente faz atendimento de acidentes com vítimas, a queda foi de 75%. Desde janeiro de 2008, quando todos os radares já estavam instalados, a proporção de veículos multados vem diminuindo. Se em janeiro, 0,28% dos carros registrados pelos radares foi multado, o porcentual caiu para 0,08% em setembro.

 

Analisando o mês de setembro deste ano, em números absolutos, o radar com a maior incidência de multas é o localizado na altura do Sesi, na Avenida Barão do Rio Branco, com 1.142 casos. As estatísticas da PM apontam uma diminuição de 70% dos acidentes na via, que tem quatro radares. De janeiro a setembro de 2007, houve 108 ocorrências. No mesmo período de 2008, foram registradas somente 34. Dos 1.466.976 veículos que passaram pelos quatro radares da via em setembro, 2.096 foram multados. Nos dois instalados na Rua Washington Luiz, 1.019.501 carros foram registrados e 1.031, multados.

 

Eduardo Ascoli: "Pardais salvam vidas"

 

"Antes de controlar a velocidade na Barão do Rio Branco, escutávamos as mesma notícias de sempre. Carro cai no rio, carro bate no poste", argumentou Eduardo Ascoli.

 

O radar mais polêmico, no entanto, é o da Avenida Ipiranga. Lá, a média é de 70 multas por mês. Em função das obras de revitalização do Centro Histórico, em 2007, o trânsito foi alterado para mão-única, depois de anos em mão-dupla. Com isso, aumentou o risco para motoristas e pedestres em uma via que tem casas, colégios e travessias de pedestres. A CPTrans instalou o radar na rua no primeiro semestre de 2007 para teste. Alguns meses antes do equipamento começar a emitir as multas (julho de 2007), a Companhia avaliou a média das velocidades no local: 68 km/h, média considerada altíssima para uma via localizada no centro da cidade.

 

Eduardo Ascoli explicou que as justificativas dos motoristas multados não costumam emplacar.

 

"Eles costumam alegar que estavam distraídos, que viram a placa só mais tarde, que a placa estava atrás da árvore, e isso não cola. Quando o motorista tirou a carteira, ele aprendeu que não deve ficar distraído no volante. A placa, mesmo que não tenha radar, tem que ser respeitada. O equipamento multa quem está irregular. Aquele que não comete a infração não é multado. A ordem do prefeito Rubens Bomtempo era de que se salvássemos uma vida com os radares, valeria a pena. E eu tenho certeza de que salvamos muito mais", completou Eduardo Ascoli.

 

 

Fonte: Diário de Petrópolis – 1º de dezembro de 2008.

Autor: Vinicius Henter




 

 

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