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  Só mais dois meses de intervenção municipal

Data: 26/05/2010

Só mais dois meses de intervenção municipal

 

 

            Segundo o procurador do Município, Henry Grazinoli, nos primeiros 20 dias de intervenção, foram constatadas situações preocupantes nas três empresas. “Na Viação Petrópolis, por exemplo, a manutenção preventiva dos ônibus havia sido interrompida há meses. Vários veículos estavam parados na garagem por falta de peças de reposição e não havia sequer pneus para estepe. Ou seja, caso um pneu de ônibus furasse no meio de qualquer trajeto, o coletivo tinha que ser retirado de linha”, declarou, completando que na semana da intervenção dois veículos da viação foram arrestados pela Justiça, por falta de cumprimento do contrato de leasing.
           No dia da intervenção, 19 de abril, os interventores Adrian Couto Costa (Viação Petrópolis Ltda), Celso Permínio Schmid (Viação Esperança Ltda) e Seraphin José Claudino (Empresa Transportadora e Industrial Autobus S.A) constataram que nas três empresas não havia estoques de peças para manutenção, pneus, e óleo diesel. “Além disso, deparamos com um quadro desesperador no setor trabalhista. Os funcionários estavam com salários, horas extras e cestas básicas atrasados, que foram regularizados durante a intervenção, os salários foram pagos em dia, o que não acontecia há meses nas empresas”, comentou o procurador do Município.
           Na Autobus, foi verificado que dos 77 veículos da empresa, 15 retornavam diariamente à garagem para consertos, sem que houvesse reserva suficiente de carros para reposição das linhas, o que estava causando um verdadeiro caos no transporte público na área dos distritos. “A empresa também estava sem crédito na praça para compra de materiais e peças de reposição. Por isso, os carros quebrados iam se acumulando na garagem”, explicou Henry Grazinoli.

           Também segundo o procurador do Município, na Viação Esperança foi constatado que, além do envelhecimento da frota, a empresa não possui carros suficientes para o atendimento integral de todas as linhas existentes. “Era necessário que a empresa tivesse 69 coletivos para a realização dos serviços, mas esta contava apenas com 61 coletivos. Oito linhas não estavam sendo atendidas, sacrificando ainda mais a população”. Grazinoli fez questão de frisar que os interventores estão realizando todos os esforços para a manutenção dos serviços das empresas. “Os interventores estão comprando pneus, adquirindo peças de reposição, cuidando do estoque de óleo diesel e trabalhando para manter os salários e benefícios em dia”, frisou. “Mas é preciso deixar claro para a população que o papel da intervenção não é sanear o financeiro e operacional das empresas, e sim manter em funcionamento, mesmo com algumas dificuldades e problemas, os serviços de transporte coletivo, até a conclusão do relatório final”.

 

 

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis, 26 de maio de 2010.




 

 

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