Moradores temem que implosões para construção de túnel danifiquem as casas

Thaciana Ferrante - Tribuna de Petrópolis

Moradores do condomínio Florada da Serra, e que moram ao longo da Rua Galdino Pimentel, continuam reclamando das implosões, que estão sendo realizadas para a construção de um novo túnel, que faz parte da Nova Subida da Serra de Petrópolis. De acordo com eles, as constantes explosões podem estar afetando a estrutura das casas mais antigas, e tem causado trepidações constantes no local.

Porém, especialistas que analisam o impacto que essas intervenções podem causar na localidade, têm passado informações sobre o procedimento para quem vive na região. De acordo um morador que preferiu não se identificar, os profissionais que atuam na área afirmam que não existe nenhum risco. Isso porque um sismógrafo que funciona 24h por dia foi instalado no local, tendo ainda outros dois, que migram pela comunidade podendo ser solicitados inclusive pelos moradores. Além disso, existem três medidores de água, que verificam se o lençol freático está sendo afetado negativamente de alguma forma.

Todos os dias um profissional ainda checa em vários pontos da rua, se houve alguma alteração na altitude do terreno, que é medida décimo por milímetro, ou seja, por menor que seja o problema ele pode ser detectado. “Com relação aos tremores o rapaz que realiza essas medições, disse que o maior já registrado, foi na última sexta-feira de intensidade 6,5, um número bem abaixo do limite, que é de 50 milímetros por segundo. Ele afirmou ainda, que se chegasse há 25 milímetros por segundo provavelmente a empresa iria estudar novos métodos e diminuir a frequência das explosões, que ocorrem diariamente, normalmente às 8h ou 18h. Mesmo assim ficamos com medo”, contou um morador que vive no loca há mais de 10 anos.

O profissional informou ao morador também, que faltam ainda cerca de 90 à 100 metros de distância para o túnel passar bem em baixo da rua. O equipamento será instalado abaixo de um córrego, que fica próximo ao número 392. “Parece que antes o túnel passaria bem em baixo do prédio de número 365, porém como a fundação do empreendimento tem mais de 20m de profundidade, a empresa, segundo os profissionais que ficam aqui, optou em fazer o túnel em baixo do córrego, pois a construção ficará cerca de 25m em baixo da terra, e por isso a fundação do prédio ofereceria risco” afirmou o aposentado Silvio Vogel, que não é contra a intervenção e afirma não temer as trepidações.

Receio  que o aposentado Lair Cogliatti afirma sentir. “Vim morar aqui na década de 70, minha casa é antiga e fica muito próxima ao córrego, fazendo com que eu sinta as trepidações diariamente. Disseram que aqui será o desemboque o túnel, mas ainda acho as informações um pouco desencontradas e isso me dá medo. Espero que saibam mesmo o que estão fazendo, porque eu sinto as janelas e portões tremerem”, afirmou. 

Já Ondina F.M conta que não sente trepidações em casa, porém o barulho das explosões é muito alto. “Ouço grandes estouros e fico apreensiva. Mas vou ser sincera, nunca senti a minha casa tremer, nãos sei se é porque ela é grande e fica mais no alto. Mas acho justo que a população se preocupe e peça mais informações”, disse.