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  Ônibus da Única/Fácil não vão usar novo túnel

Data: 16/10/2014

BR0-40: Ônibus da Única/Fácil não vão usar novo túnel

Tribuna de PEtrópolis, Quinta, 16 Outubro 2014 08:58

 

 

A empresa de ônibus Única/Fácil reafirmou ontem, durante uma reunião Extraordinária da Frente Pró-Petrópolis (FPP), que não vai utilizar o túnel de 5 quilômetros da nova subida da serra, que está sendo construído pela Concer. O motivo, segundo o engenheiro da empresa, Luiz Vinhaes Assumpção, é por ser mais confortável para o passageiro que a empresa continue fazendo o mesmo trajeto, que é feito atualmente, sem interferir na rotina da população. Ao todo, 72 coletivos da Única/Fácil sobem e descem todos os dias, transportando, em média, 4 mil petropolitanos. 

Durante a reunião, Luiz afirmou que no último encontro, entre a empresa e a Concer, algumas mudanças no projeto original da nova pista de subida da serra foram anunciadas, como a manutenção das duas entradas: Bingen e Quitandinha. Além disso, o engenheiro também revelou que serão criados dois pedágios (o atual e mais um), de forma que, tanto quem trafegue pela nova subida quanto pela antiga (que irá se tornar uma estrada parque) pague a tarifa. A ideia é que os preços sejam diferenciados. Segundo o engenheiro, o projeto atual atende Petrópolis em todos os detalhes. Para Philippe Guédon, coordenador da FPP, esta notícia elimina a preocupação a respeito da possível sobrecarga que seria gerada na Rua Bingen, com o trânsito da nova pista sendo descarregado na localidade. “O que percebemos e que não sabíamos é que houve alterações profundas e sadias”, disse. 

Já sobre a questão da segurança dentro do túnel, o engenheiro da Única declarou que, no país, a legislação não proíbe transporte de cargas perigosas em túneis e esta é uma grande preocupação. “Quem garante que um caminhão-tanque não vai explodir lá dentro?”, questionou, acrescentando que, no projeto de segurança, feito por um italiano, constam aparatos como ventilação, saídas de emergência e inovação no plano de contingência. “O túnel é um elemento extremamente perigoso, que pode ser construído da forma mais correta e mesmo assim registrar acidentes”, observou. 

Um dos motivos de preocupação do engenheiro é porque, atualmente, na pista de subida da serra, os carros da Única já sofrem com a falta de segurança. “Por mês trocamos de 6 a 10 para-brisas que são quebrados por pedradas. Já tivemos passageiro e motorista feridos por causa desta situação”, declarou. 

Luiz também relembrou que, onde está sendo construído o túnel, existe um aquífero raro de 1,5 bilhão de anos e que não há um mapeamento adequado sobre ele. “É preocupante porque não sabemos onde é que vão furar e existe um alto risco de contaminação daquela água. É preciso mitigar os impactos e criar soluções duradouras”, reforçou. 

Luiz também criticou a fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, na opinião dele, é inexistente para as edificações em estradas. 

Por sua vez, Guédon ressaltou a ausência do governo municipal frente a estas questões que afetarão profundamente a cidade. “O poder executivo não vai às audiências, não representa a população e não se interessa pelos impactos que serão gerados para a cidade com a nova pista de subida da serra”, salientou. 

 

Única/Fácil defende BRTs e integração total em Petrópolis

 

Durante a reunião, Luiz Vinhaes defendeu a criação de BRTs para a cidade. BRTs, sigla que significa Transporte Rápido por Ônibus, são transportes articulados que trafegam em corredores exclusivos e funcionam como uma alternativa de viagem mais rápida para os usuários. Na opinião dele, a BRT criaria um corredor entre os Terminais do Centro e de Itaipava com a Rodoviária do Bingen. Além disso, interligaria também o Quitandinha com o Bingen. “Seria uma forma de agilizar as viagens. Mas, para isso, é importante conscientizar a população a deixar o carro em casa. Atualmente, Petrópolis tem cerca de 155 mil veículos licenciados e é preciso pensar a cidade de outra forma”, disse, sugerindo também como soluções para melhora da mobilidade urbana a alteração nos horários de entrada e saída de escolas, do comércio e dos bancos.

 

Aline Rickly

Redação Tribuna

 




 

 

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