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  VLT e a mobilidade sustentável

Data: 06/05/2014

VLT e a mobilidade sustentável

Tribuna de Petrópolis, Segunda, 05 de Maio 2014 11:23

 

Versão moderna dos velhos bondes, os veículos leves sobre trilhos, mais conhecidos por VLTs, são considerados por especialistas uma alternativa mais barata e sustentável que outros meios de transporte coletivo como os ônibus e o metrô. Eles podem transportar até quatro vezes mais pessoas que o primeiro e custar metade do segundo.

Pegando o gancho do Rio de Janeiro podemos sonhar com a implantação da primeira linha em Petrópolis que, como projeto piloto, poderia ligar, por exemplo, o Quitandinha ao Centro. No Rio o VLT circulará no Centro e na Região Portuária e ligará toda a área por seis linhas e 42 pontos (38 paradas e quatro estações), em 28 Km de vias. O VLT fortalece o conceito de transporte público integrado e as suas estações vão se conectar com metrô, trens, barcas, teleférico, BRTs, redes de ônibus convencionais e aeroporto. Comparado aos BRT´s (Bus Rapid Transit), além da vantagem ambiental, os VLTs proporcionam controle mais automatizado (e menos dependente do motorista), o que pode garantir maior conforto. Por suas vantagens, os VLTs já ajudaram grandes cidades do mundo a resolver seus problemas de mobilidade. A  França é um exemplo de país que adotou os netos dos bondes como instrumento de gestão urbana. Atualmente, dezoito cidades francesas têm pelo menos uma linha de VLT e até final de 2014 outras nove implantarão suas primeiras linhas.

Voltando ao VLT que será utilizado no Rio, podemos caracteriza-lo como um dos primeiros do mundo projetado totalmente sem catenárias (cabos para captar energia elétrica em fios suspensos). Inicialmente serão construídas 5 unidades do VLT, todas na Espanha, pela empresa Alstom, visando atender ao prazo previsto de início da operação. Os demais 27 trens serão construídos no Brasil, a partir de transferência de tecnologia do fornecedor. As primeiras unidades a ser construídas serão essencialmente iguais às que estão em atividade hoje em Bordeaux, na França, contando com tecnologia mais moderna.

No Brasil, não há nada parecido com o futuro VLT do Rio. Mesmo no mundo, o modelo é inédito. Os trens não têm fios superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia. Haverá um terceiro trilho energizado em alguns trechos e nas paradas. A cada frenagem, também há geração de energia. Essas tecnologias já são utilizadas no mundo, mas somente em separado. O que ainda não existe é a combinação desses dois sistemas, conferindo segurança e economia.

Com todas essas qualidades talvez possamos responder a seguinte pergunta: será o VLT a solução para atender uma das demandas mais fortes e legítimas dos protestos que se espalham pelo país – o direito a um transporte público eficiente, de qualidade e menos poluente? E ainda: com todos esses benefícios, por que o Brasil ainda não adotou em massa essa tecnologia? As respostas dependem da análise de uma série de variáveis mas, uma coisa é certa, muitas medidas já poderiam estar sendo tomadas para melhorar a nossa mobilidade urbana. Medidas estas que temos condição de implantar imediatamente, tais como: impedir o estacionamento irregular, proibir os ônibus de trafegarem do lado esquerdo da pista, estudar a localização dos pontos de ônibus e taxis e, entre outras, proibir a circulação de caminhões de mais de dois eixos no Centro Histórico. Como estacionamento irregular, podemos citar três exemplos gritantes e constantes: Rua D. Pedro I, Rua Ingelheim e Rua Professor Pinto Ferreira, onde estacionam embaixo de placas do CPTrans de proibido parar.

 

Alexandre Hugueney - Economista, engenheiro e professor de Gestão Ambiental e Planejamento Estratégico 




 

 

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