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  A IMPRENSA IDEOLÓGICA - Bernardo Filho

Data: 08/06/2019

 

A IMPRENSA IDEOLÓGICA

Bernardo Filho - Advogado e Jornalista

Tribuna de Petrópolis, 08/06/2019


Todos sabemos que o mundo está em constante evolução, que o que era moda ou hábito muda constantemente. As substituições de arbítrio e as compulsórias se impõem muitas vezes por conta desta evolução. O comportamento pessoal e profissional também sofre alterações por conta disto. Nosso cotidiano ganha informações com velocidade impensável e com variedades imedidas.

Aumentamos nossa média de vida, mas não conseguimos ainda solucionar os problemas advindos deste fato. Temos uma tecnologia à disposição sem sabermos usá-la em sua plenitude. Mudamos nossa forma de pensar as coisas e até sobre o mundo. Mas o caráter de cada indivíduo é imutável.

Ao nos depararmos com todas estas transformações, uma coisa chama-nos a atenção: as pessoas mudam por necessidades e carências, tudo por auto-defesa, até mesmo indo de encontro ao próprio caráter, transformando sua personalidade em arma social.

Afirmo isto ao constatar de forma lamentosa, o quanto a imprensa se permitiu perder credibilidade de uns tempos para cá. A isenção e a imparcialidade foram deixadas a ermo, por conta de uma infeliz opção ideológica.

Sim, as coisas mudaram. A imprensa ideológica e a extrema imprensa, conseguiram apenas uma coisa com a sua postura deserta de ética, o ativismo descarado, a militância patrocinada, a produção desmedida de mentiras e as inúmeras tentativas de manipulação da opinião pública.

Ao assim procederem, mutam essa profissão para uma atividade marginalizada, alvo da desconfiança generalizada e acima de tudo desacreditada.

O que temos visto, ouvido e lido ultimamente assusta. Busco saber onde se escondeu o caráter informativo, sério e isento dos senhores da grande mídia, hoje corrompida por patrocínios governamentais, cujos valores atuais já não mais a sustentam com o luxo de ontem. Onde isto vai parar é talvez, dentro do jornalismo, a grande pergunta. As mágoas não contidas transbordam diuturnamente.

Os ataques às reputações e as desconstruções são a tônica. Alguns atribuem isto a uma evolução do “nós e eles” mas, vou mais longe, falta caráter.

Não se admite autofagia no jornalismo, até porque o final é trágico, mas estes “profissionais” estão se alimentando de si mesmos, sem o perceberem.




 

 

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