Luciano Haubrich
Existem vários exemplos de ruas, praças e pátios construídos há milênios com paralelepípedos, e que, ainda hoje, servem à população de forma eficiente e barata. Esses pavimentos de paralelepípedos resistiram aos séculos. É o testemunho de uma prática ecológica e eficiente de se urbanizar as cidades e garantir o bem-estar dos moradores. Vejam algumas locais de cidades onde os pavimentos com centenas de anos encontram-se em perfeito estado e parecem ter sido feitos recentemente: Praça Vermelha, em Moscou, pavimento feito provavelmente há 1200 anos; Arco do Triunfo, Paris, calçamento com mais de 700 anos; Lisbôa, Portugal, pavimento com mais de 500 anos e em perfeito estado de conservação.
Todos os calçamentos dos tipos paralelepípedo e bloquete, sem rejuntamento de argamassa são considerados ecologicamente corretos, permitindo a infiltração de grande parte da água da chuva. As vantagens desta infiltração vão desde a recarga do lençol freático, à diminuição da vazão escoada para os rios, fato que diminui consideravelmente os riscos de enchentes. No caso do pavimento asfáltico as chances de transbordamento dos rios são enormes, pois o asfalto impermeabiliza o solo.
O asfalto tem o poder de absorver calor durante o período de insolação. Este calor é liberado para o meio ambiente até durante a noite, causando assim, um desconforto térmico nos arredores. No calçamento de paralelepípedo é mais suave, uma vez que esse tipo de pavimento, por características geológicas, absorve menos calor, não erradiando calor por muito tempo depois do período de insolação, deixando a temperatura mais amena e o clima mais agradável.
Outro ponto agravante com o asfaltamento das ruas é o aumento da velocidade de escoamento das águas de chuva. Como tem uma vida útil muito pequena em relação aos pavimentos de paralelepípedos, fato já comprovado, pelo desgaste do atrito e de intemperes, ainda temos o aumento de escoamento da água de chuva que provoca um desgaste considerável para o pavimento asfáltico.
A vida útil do pavimento asfáltico com certeza é menor que 1/1000 (um milionésimo) da vida dos pavimentos de paralelepípedo. O pavimento asfáltico provoca um aquecimento considerável, criando bolsões de calor nos perímetros urbanos que deve ser considerado em tempos de aquecimento global. Todo o material desgastado do pavimento asfáltico, acabam nos cursos d’água, entulhando a calha dos rios e provocando poluição e contaminação. Este mesmo material inorgânico sólido, o pedrisco, a brita e a areia, provocam desgastes nas manilhas do sistema de drenagem pluvial pelo atrito durante o escoamento. A manutenção do pavimento asfáltico praticamente é necessária remover todo o asfalto velho para se colocar um novo asfalto já que remendos não são recomendados por técnicos, já no caso de pavimento de paralelepípedos fica perfeito pequenos reparos quando bem executada.
É importante que cada cidadão reflita e busque mais informação sobre o que é melhor para sua comunidade, pois alguns políticos, por incrível que pareça em pleno século XXI ainda acreditam que cumprir um bom mandato é sinônimo de asfaltar ruas indiscriminadamente. O asfalto tem sua utilidade nas autopistas, onde praticamente não existem pedestres e o número de construções é mínimo ao redor das mesmas.