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  Querem que eu desenhe? - Bernardo FIlho

Data: 18/11/2018

 

Querem que eu desenhe?

BERNARDO FILHO Advogado e empresário


Tive desprazer de ler a seguinte a frase, escrita por um famoso jornalista/colunista do Jornal “O Globo”: “A marca dominante das eleições de 2018 foi “a vitória da chamada “nova política” - seja lá o que isto signifique - sobre a “velha política”.

Cheguei à conclusão de que a grande mídia ainda não tem a exata compreensão do fenômeno, se assim podemos chamar este momento, de tão aguardadas mudanças pela maioria. Não querer compreender/ aceitar o que significa “nova política” ou assim rotula-la é mais um ato de tentativa de desclassificação. Não gosto desta titulação “nova política”; penso que implica em mais um enquadramento contra a direita ou até mesmo uma crítica ao conservadorismo.

A falta de aceitação, por parte dos grandes jornais e das grandes redes de TV, da ruptura de um sistema político-partidário que durava há 25 anos, mostra o quanto Maquiavel estava correto sobre o “novo”.

Como estes ainda não entenderam, apenas digo: quem achou que o modelo clássico de fazer campanhas e de fazer política funcionaria, acabou descobrindo que não funcionou. A vitória da direita organizada e de maioria (nos votos) foi bastante expressiva, mas ainda assim chama-la de “nova política “ me incomoda, porque o que aconteceu foi a vitória de um dos pólos. Aos perdedores, resta fazerem uma auto-crítica com bastante profundidade, diagnosticar erros e falhas, se reinventarem.

Ficou patente que não sabem perder. Não estavam preparados o suficiente para uma derrota que não esperavam, já nestas eleições; o projeto de poder das esquerdas teve um quarto de século para se consolidar e se perpetuar, mas ruiu pelo desgaste em si mesmo e por todos os seus equívocos.

Quem ainda defende cautela contra a insurgência de maus perdedores, a estes digo: não há que se ter mesuras no trato com o nepotismo, o fisiologismo, a corrupção, as oligarquias e para com benesses inoportunas. A derrota nunca é fácil de ser digerida. Ela implica sempre em grandes perdas, muitas irreparáveis, mas deverá ser aceita, até mesmo porque, agora está definida a entrada da direita ao poder. Se tivesse voz junto aos vencedores, dar-lhesia uma recomendação para que sejam generosos com os perdedores, mas que fiquem cada vez mais alertas sobre as possíveis intenções”.

As rotulaçoes apenas começaram: no momento são veladas ou de pouca significância; as desconstruções de pessoas e do governo de direita virão de forma pesada a partir do início do próximo ano e vamos ter que aguardar para ver como o governo irá reagir. Para concluir: para aqueles de esquerda, que ainda não entenderam ou não querem entender, se quiserem posso desenhar...




 

 

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