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  Arquivo Histórico tem 900 mil documentos

Data: 17/12/2013

 

O Arquivo Histórico, que fica na Biblioteca Municipal, no prédio da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (FCTP), tem, atualmente, 900 mil documentos, distribuídos em 4 salas. O acervo conta com mais de 80 títulos de jornais, revistas, plantas da cidade, fotos e cartas, entre outros. Criado em 1977, pelo então prefeito Paulo Rattes, o acervo é visto como o 3º melhor do Estado do Rio de Janeiro e considerado um dos maiores do país. Diariamente, o arquivo recebe cerca de 400 pessoas, que consultam jornais antigos e até os dos dias atuais. 

Chefe do Arquivo Histórico há 30 anos, Marisa Gomes contou como começou a história do arquivo, como ele chegou ao prédio da Fundação e alguns dos fatos curiosos. “Quando a Câmara Municipal foi criada, em 1859, ela ficava na Paulo Barbosa. Naquele tempo, existiam 7 homens encarregados de resolver os pedidos que eram feitos pela população. É curioso consultar esses documentos, porque naquela época tinha que pedir licença para tudo. O Código de Posturas era muito rigoroso. Tem pedido de licença para mendigar, para lavar roupas no rio, para andar de bicicleta”, comentou. Segundo ela, todos estes documentos ficavam guardados e a quantidade começou a crescer, até que já não havia mais espaço no local. “Foi então que o Paulo Rattes, já  na década de 1970, sugeriu a criação do arquivo histórico e o direcionou para a biblioteca”, relembrou. 

Marisa lê todos os documentos que chegam no local e coleciona curiosidades sobre a cidade. Durante uma visita à biblioteca, ela mostrou o primeiro jornal Tribuna de Petrópolis, que foi publicado em 9 de outubro de 1902, assim como notícias, como a data em que foi inaugurado o taxímetro na cidade, em 6 de maio de 1970, e a primeira operação cardiovascular feita no Hospital São Lucas, em 8 de fevereiro de 1968.  “O arquivo eterniza a história da cidade, e esta se faz com documentos”, afirmou. Ela encontrou também a publicação da Revista Petrópolis, de 1922, quando foi feito o concurso da mulher mais feia da cidade. “Tem também boletins dos eventos que aconteceram no Hotel Quitandinha, de 1945 a 1947. Neles constam a data de apresentação da Lara Turner e de diversas festas de Reveillon que aconteceram no local”, citou. 

Formada em História, ela criou um fichário onde vai anotando as riquezas que encontra. “Ele está separado por assunto, o que facilita na hora de encontrar algum documento ou arquivo”, contou. Em uma sala, ficam apenas os conjuntos de obras raras, e nela há todo o acervo particular do austríaco Stefan Zweig, que foi doado para a biblioteca. “Temos ainda vários livros da Gabriela Mistral e livros do Dom Bosco, com bordas de ouro”, revelou. Outro dado divulgado pela chefe do arquivo é que a procura por certidões de óbito é muito grande. Ela disse também que as cartas do Dr. Thouzet, um médico francês que veio para a cidade em 1851 e que é um dos nomes dos bairros do Quitandinha, eram assinadas sem a letra h. “Em 1862, ele pediu licença para abrir uma casa de saúde na Rua Ipiranga”, contou. 

A limpeza dos documentos é feita com frequência e toda a cautela. Marisa explicou que é utilizado um pano branco de algodão, uma borracha especial e um lápis 6B para identificá-los. Além disso, ela disse que eles são guardados com a proteção de uma folha de papel branca ou de seda. “A cor branca ajuda a preservá-los”, contou. 

Os documentos mais recentes incorporados ao acervo são, segundo Marisa, as fotos aéreas de todos os bairros da cidade, feitas pela Secretaria de Planejamento da prefeitura.

O produtor cultural Frederico Braun, de 58 anos, disse que vai todos os dias até o local para ler os jornais atuais. “Enquanto leio o jornal, vejo muitas pessoas consultando o arquivo”, comentou. 

Para doar um documento para a biblioteca, basta ir até o prédio da Fundação de Cultura e procurar a chefe do Arquivo Histórico. 

A Fundação de Cultura está viabilizando um projeto para que seja feita a digitalização do arquivo, mas, segundo o diretor administrativo e financeiro da FCTP, ainda não há previsão sobre quando irá começar esse processo. Ele salientou, entretanto, que a Sala Petrópolis, onde ficam os livros de Petrópolis e de autores petropolitanos, já foi digitalizada. “É fundamental que estes arquivos passem a ser disponíveis pela internet por dois motivos: um é que facilita o acesso do público e o outro é que evita que esses documentos sejam deteriorados por causa do contato com as pessoas”, finalizou. 

 




 

 

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