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  Vale do Cuiabá: Comissão das Chuvas apresenta relatório

Data: 15/01/2016

 

Vale do Cuiabá: Comissão das Chuvas apresenta relatório

Diário de Petróplis

 

O relatório preliminar da Comissão Especial das Chuvas, que acompanha a situação das vítimas das tempestades de 2011 e 2013, especialmente no Vale do Cuiabá, ficou pronto esta semana. O documento mostra um quadro desanimador, reportando que “as respostas às demandas tornaram-se mais lentas ou, até mesmo, inexistentes, indicando um descompromisso com a situação das vítimas da tragédia de 2011 no Vale do Cuiabá e adjacências”. A Comissão da Câmara Municipal é presidida pelo vereador oposicionista Silmar Fortes (PMDB).


A Comissão Especial das Chuvas foi formada em 2011 e funcionou por cerca de um ano. Depois foi reativada em 2013 e segue se reunindo até hoje. Em 2015, foram feitas seis audiências públicas, que foram detalhadas no relatório. No entanto, o relatório reclama de “dificuldades na implantação das medidas de segurança e de recuperação na região afetada pelas chuvas e observou também problemas no diálogo entre os órgãos públicos envolvidos e a comunidade local.”.


A tempestade que atingiu a Região Serrana há cinco anos deixou um total de 918 mortos e 377 desaparecidos, dos quais 119 foram confirmados mortos, 168 foram localizados com vida e outras 90 pessoas ainda não foram encontradas. Cerca de 30 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas. Em Petrópolis, foram 74 mortos.


Em relação aos desabrigados na tragédia, 2.628 pessoas em toda a Região Serrana ainda esperam moradia, 1.945 foram entregues, de uma demanda de 4.573 residências. Em Petrópolis, apenas 74 casas foram construídas, sendo 50 pelo estado e a prefeitura e 26 pelo setor privado. Várias pessoas ainda permanecem no aluguel social.


São 1.278 famílias petropolitanas recebendo o benefício, segundo a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac). Desse total, 810 são pagos pelo estado, sendo que 279 são referentes às chuvas de 2011. Há mais 531 aluguéis pagos devido às chuvas de 2013. A prefeitura paga 468 aluguéis sociais, referentes às chuvas de outros ano.


O vereador retornou ao Vale do Cuiabá nesta terça-feira (12) e criticou o andamento das obras no bairro: “Nesta primeira visita de 2016 podemos identificar que as obras das calhas dos rios ficaram paralisadas por muito tempo. Notamos uma lentidão muito grande também em relação à construção do Posto de Saúde. O terreno foi desapropriado, porém as obras ainda não tiveram início”, disse o vereador.


Silmar também acusou o governo de fazer pouco pelo meio ambiente e saneamento básico: “A Águas do Imperador não fez nada na região. Os canos seguem depositando o esgoto in natura nos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão” - criticou o vereador.

Outro lado


O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) é responsável pela maior parte das intervenções no bairro de prevenção de novos acidentes. O órgão realizou obras emergenciais e recuperação ambiental após as chuvas de 2011, no valor de R$ 67,8 milhões. Segundo o Inea, essas obras ficaram prontas em 2015, mas ainda estão previstas a complementação das obras nas calhas dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão, recomposição vegetal, implantação de parques fluviais e substituição de travessias nos rios. O investimento previsto é de R$ 245,4 milhões, mas os projetos ainda estão esperando aprovação da Caixa Econômica Federal.


Sobre o posto de saúde, no dia 8 de janeiro o prefeito Rubens Bomtempo disse ao Diário que o edital para construção da unidade de saúde foi aberto em janeiro deste ano. A verba para a construção do posto vinha de uma emenda parlamentar do ex-deputado federal Jorge Bittar (PT), em 2011, mas só foi alocada pelo Governo Federal em 2015.

 


O Diário procurou a Companhia Águas do Imperador mas, até o fechamento desta edição, não conseguiu contato.




 

 

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