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  Saúde é a principal reclamação dos petropolitanos

Data: 06/01/2009

A crise na Saúde é uma reclamação unânime entre os petropolitanos. Em entrevista feita ontem com cerca de 30 moradores da cidade, 90% das pessoas citaram o setor como o principal e mais grave problema da cidade. Ainda foram indicadas as questões do novo sistema de transbordo urbano, implantados no fim do ano passado - com exceção dos de Corrêas e Itaipava. A maioria das pessoas também declarou que o primeiro mandato do prefeito Rubens Bomtempo foi melhor que o segundo, que termina hoje.

 

Um exemplo das pessoas que tiveram problemas com o sistema de Saúde Pública da cidade, a pensionista Maria Beatriz Teixeira conta que muitas vezes voltou sem remédios da farmácia da Prefeitura, que fica no Hospital Alcides Carneiro. De acordo com ela, eram raras as vezes em que conseguia a dose completa recomendada pela médica para um mês.

 

"É difícil falar. Eu chegava em casa e não sabia o que fazer. Remédio de reumatismo é caro! Eles nunca completavam a dosagem do remédio que tenho que tomar por mês. E só tem uma reumatologista pelo SUS (Sistema Único de Saúde)", afirmou.

 

Além da falta de remédio os petropolitanos reclamam também sobre a falta de médicos. Usuária do SUS, a vendedora autônoma Luiza Castro enfrentou esse problema há poucos dias. Conforme contou, ela teve que procurar ajuda no Posto de Saúde do Alto da Serra porque não havia outro médico além de um ortopedista no Hospital Municipal Dr. Nelson de Sá Earp (HMNSE), no Bingen.

 

"Eu pude ir, mas fico imaginando as pessoas pobrinhas, que não tem dinheiro para pagar nem a passagem. Ele (Bomtempo) fez alguma coisa aqui na cidade, ficou legal a reforma, mas a Saúde ficou jogada, abandonada. Eu não sei por que ele fechou os olhos desse jeito", questionou.

 

Outro problema enfrentado pelos moradores da cidade é a demora para a marcação de exames. Segundo a vendedora ambulante Carmem Pereira, só existe vaga para daqui a dois meses ou três meses, e nem mesmo os casos graves são feitos com urgência.

 

"Eu conheço gente que está grave, mas só conseguiu exame pra fevereiro. Que está nessa situação não pode esperar, não é mesmo. Até lá a doença já avançou, e quem tiver que morrer morreu. Acho que se ele tivesse colocado esse dinheirão todo na Saúde o Ronaldo teria ganhado", especulou.

 

Transbordo e desemprego também são reclamações

 

Por outro lado, outros 60% dos entrevistados reclamaram dos transbordos. Além de tornar o trajeto mais demorado, devido as inúmeras trocas de ônibus, os comerciantes que têm lojas em torno dos terminais reclamam da queda nas vendas. Eles ainda indicam a transferência da rodoviária para o Bingen como mais um fatos na redução do comércio no Centro.

 

Além disso, os próprios funcionários da Prefeitura reclamam sobre a queda na qualidade da merenda das creches municipais e contam que houve uma redução no salário. Conforme explicaram, elas fizeram o concurso ganhando R$ 2 mil, mas estão recebendo apenas R$ 1,5 mil.

 

"O primeiro mandato foi bom, mas no 2° ele ‘avacalhou’. São os Transbordos, que são verdadeiros transtornos, o salário não está bom, a saúde piorou e as merendas das creches estão muito ruins", enumerou uma servidora municipal, que preferiu não se identificar.

 

A pensionista Maria Beatriz contou também que o programa Cesta Cheia Família Feliz não atende os moradores do bairro Itamarati, e denunciou que muitos funcionários da Prefeitura foram contratados sem carteira assinada ou concurso. De acordo com ela, essas pessoas agora vivem com a dúvida se ainda terão emprego no dia 1° de janeiro.

 

"Agora vamos ver se o Mustrangi vai mudar isso. Ele mora no nosso bairro e conhece as nossas dificuldades. Lá em cima, no Itamarati, nunca chegou o Cesta Cheia, e tem muita gente que depende de cesta básica para sobreviver. E muitas pessoas, como os meus dois filhos, não sabem se ainda terão emprego agora com essa mudança de prefeito. Petrópolis e uma cidade pequena e tem muito desemprego; isso tem que acabar", finalizou.

 

 

Fonte: Diário de Petrópolis – 3 de janeiro de 2009.

Autora: Gabriela Haubrich




 

 

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