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  A Fundação de Petrópolis e o Plano Koeler

Data: 06/06/2008

A Fundação de Petrópolis

D. Pedro II foi responsável pela criação de Petrópolis pelo decreto nº 155, de 16 de março de 1843. A Fundação de Petrópolis ocorreu no governo da Província exercida por Joãp Caldas Viana. Em 1844, D. Pedro II doou lotes de terras a pessoas que lhe prestaram serviços, com o objetivo de povoar a região. A planta urbanística de Petrópolis, elaborada pelo Major de Engenharia Júlio Frederico Koeler.

Paulo Barbosa da Silva, o mordomo da Casa Imperial, muito contribuiu para a fundação, pois mostrou ao Imperador a importância do projeto de arrendamento.

Pelo Decreto Imperial, D. Pedro II e Júlio Frederico Koeler fizeram um contrato de transformar a Fazenda do Córrego Seco em povoação. Determinava que fosse reservado um lote de terra para construir o Palácio Imperial e outros lotes aforados a pessoas interessadas. Também determinou que ficasse disponível um terreno para a contrução de uma igreja, que recebesse o nome de São Pedro de Alcântara e um terreno para se fazer um cemitério.

Koeler fez a planta geral e do Palácio, gratuitamente, receberia em troca algumas vantagens assinaladas no contrato. Arrendou a Fazenda do Córrego Seco durante 9 anos, pela quantia de um conto de réis anual. 

 

O Plano Koeler

Quando decidiu criar uma cidade nas terras da antiga Fazenda do Córrego Seco, o imperador D. Pedro II, também determinou que a futura Petrópolis tivesse um plano urbanístico encomendado ao major alemão Júlio Frederico Koeler, que já havia realizado um levantamento topográfico da província do Rio de Janeiro, no trecho compreendido entre a Vila da Estrela e Paraíba do Sul, para que fosse construída uma nova estrada que ligasse a corte a Minas Gerais. No plano apresentado ao imperador, Koeler mostrava que a topografia da Fazenda do Córrego Seco seria determinante do traçado da cidade, o qual era baseado na ocupação dos vales ao longo do Rio Piabanha, inspirando-se na geografia da região alemã da Renania. O plano urbanístico básico de Koeler foi apoiado em um levantamento topográfico elaborado em cerca de 13 meses. A planta geral contém os rios e seus afluentes, ruas e praças, estradas e caminhos, os prazos de terra (lotes) em que foram divididos os quarteirões e os terrenos reservados aos edifícios públicos e religiosos.

Embora surjam opiniões contrárias, na verdade, o Plano Koeler é, de fato, um plano urbanístico, onde constam indicações de zoneamento, hierarquização do sistema viário, normas de parcelamento da terra, de ocupação e construção, sistemas de abastecimento d’água e esgotamento sanitário e pela primeira vez no Brasil a determinação de que os rios deveriam correr na frente e não nos fundos das residências, como era comum no padrão colonial português, numa tentativa de mudar a destinação dos rios que de coletores de dejetos passariam a ser complemento de arquitetura urbana, como já acontecia na Europa.

No Plano de Koeler haviam ainda as instruções complementares que se fossem seguidas até hoje teriam certamente evitado tragédias como as que a cidade vem se acostumando a acompanhar na época das chuvas de verão e que se repetiram agora em 2001, a exemplo do que já ocorrera em 1965, 1966, 1972, 1974, 1979, 1982 e 1988, só para citar os casos mais graves.

Em suas instruções complementares Koeler previa as dimensões dos lotes, o gabarito das construções, a arborização de ruas e praças, o calçamento dos passeios, a canalização dos rios e a imprescindível arborização de suas matas.

Além disso, numa prova de preocupação com o meio ambiente Koeler estabelecia a reserva, no alto das montanhas e colinas, das matas necessárias à conservação das águas. Com isso, o major alemão pretendia evitar não só o esgotamento dos recursos hídricos como o deslizamento das encostas, pois já naquela época ele sabia que com poucas árvores cobrindo os terrenos íngremes e rochosos da cidade eles estariam predispostos à erosão quando submetidos às chuvas de verão.

 

Fonte: http://www.petronline.com.br/

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