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  Representante de lojistas diz que obra pode decretar falência do polo de moda

Data: 20/12/2011

 

O presidente da Associação de Lojistas da Rua Teresa, Eduardo Dias, espera que a decisão do grupo seja respeitada. / Roque Navarro

Um dia após a reunião realizada na Câmara de Vereadores para discutir o projeto de revitalização da Rua Teresa, empresários do polo de modas - que tem 1.200 lojas - voltaram a afirmar que não querem as intervenções apresentadas pelo representante do Estado, subsecretário de Urbanismo do Estado, Vicente Loureiro. O projeto de revitalização prevê R$ 8 milhões em investimentos do Estado em toda extensão da Rua Teresa até a Rua Chile, no Alto da Serra, mas tem pontos polêmicos, como a redução de vagas de estacionamento, áreas para carga e descarga de mercadorias, a redução da caixa de rolagem da rua, falta de banheiros e impactos durante a realização das obras. Na avaliação do presidente da Associação de Lojistas da Rua Teresa (Arte), Eduardo Dias, a imposição do projeto apresentado “irá decretar a falência da Rua Teresa”.
As intervenções, previstas para começar no início do ano que vem, têm recursos garantidos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Apesar da negativa dos empresários, o projeto é defendido pela Prefeitura. Após a reunião, o chefe de gabinete da Prefeitura, Charles Rossi, afirmou que o município não vai perder o investimento. No centro da polêmica, estão milhares de petropolitanos que sobrevivem do trabalho no polo de modas, que é um dos maiores geradores de empregos e impostos para o município.
O presidente da Arte afirmou que o projeto não atende as necessidades da Rua Teresa e vai provocar uma demissão em  massa se for imposto pelo governo. “Deixamos claro - desta vez diante do representante do Estado, Vicente Loureiro -  que não queremos nenhuma revitalização ou reurbanização na Rua Teresa. Estão querendo impor aos comerciantes uma obra que foi rejeitada por todo o povo. Não estamos falando somente dos comerciantes, mas também dos confeccionistas, dos balconistas, dos ambulantes, donos de bancas de jornal e dos moradores da Rua Teresa. Confiamos na palavra do Vicente Loureiro, que disse que se os comerciantes não quisessem a obra, os recursos seriam levados para outro lugar. Esperamos que ele cumpra sua palavra e respeite a decisão do povo da Rua Teresa”, afirmou o presidente da Associação de Lojistas da Rua Teresa.
Em reunião realizada na sede da Arte na semana passada, o assunto foi colocado em votação e obteve 279 votos contrários e 29 favoráveis à obra. “Além disso temos um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas”, disse.

 

Comerciantes temem consequências da intervenção

Comerciantes que procuraram a Tribuna temem também que as obras, previstas para serem concluídas em um ano e meio, acabem se estendendo por mais tempo. “Se na 16 de Março que é bem menor, as obras demoraram mais de um ano para ficar prontas, na Rua Teresa, certamente essas obras não serão concluídas em um ano e meio. Vai demorar pelo menos uns três anos. Além do mais a 16 de Março não tem confecções, não tem lojas em galerias. Se insistirem nesta obra vão quebrar a Rua Teresa. Preferimos perder esta verba, a perder os empregos que a Rua Teresa gera”, disse o empresário Carlos Alberto Duarte, que há 50 anos trabalha na Rua Teresa. 
Empresária na Rua Teresa há 23 anos, Ana Macedo Soares também afirma que os transtornos irão prejudicar muito as vendas. “Eu sobrevivo do trabalho na Rua Teresa. Se ficar com uma obra durante mais de um ano na porta da minha loja, os sacoleiros não vão mais vir à Rua Teresa. A diminuição da largura da Rua também vai prejudicar muito o comércio aqui, pois a largura prevista não comporta a passagem de dois ônibus, por exemplo”, disse.
Outro ponto polêmico citado pelos comerciantes é a redução do número de vagas de estacionamento, não só para carros de passeio, mas também para ônibus. Enquanto os dados apresentados pelo estado indicam a redução de 53 vagas, o presidente da Arte afirma que o número será quase o dobro. “Essa diferença acontece por causa do que eles chamam de vagas compartilhadas, a verdade é que perderemos 100 vagas de estacionamento. Uma questão que nos preocupa muito é a redução nas vagas para ônibus que trazem os compradores para a Rua Teresa. Hoje o espaço que temos de 45 vagas já não é suficiente. Outro dia mesmo foi mostrado na imprensa  que 67 ônibus de turismo tiveram problemas para encontrar estacionamento na cidade. Como vamos ficar com a redução do estacionamento?”, questiona Eduardo Dias.
Durante a reunião o representante do Estado, Vicente Loureiro, se mostrou disposto a buscar uma solução para o problema do estacionamento, o que não resolveu o impasse. “Nos comprometemos a buscar uma solução para o estacionamento público, com a criação de bolsões de estacionamento em alguma área naquela região, se isso auxiliar o debate sobre o projeto. Ainda não discutimos isso com a Prefeitura, mas estamos nos propondo a buscar uma solução, se isso ajudar essa conversa sobre o projeto”, disse.
Uma das alternativas para resolver a questão dos estacionamentos seria a utilização da área da antiga fábrica Dona Isabel, que está sendo negociada entre o município e os proprietários do imóvel, com a previsão de construção de dois banheiros. “Não queremos um estacionamento particular. A utilização da área da antiga fábrica Dona Isabel só nos interessa se ela for desapropriada pela Prefeitura e cedida à Arte para que a associação possa administrar o estacionamento e garantir que os recursos arrecadados sejam investidos em benefícios para os clientes”, afirma Eduardo Dias.

Fonte: Tribuna de Petrópolis




 

 

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